sábado, 17 de maio de 2014

Em Família


Em Família

José Maria Vasconcelos
Cronista, josemaria001@hotmail.com
         
          Grupo de casais do Bairro São João reúne-se para estudos e debates sobre formação cristã.   Frequentemente, sou convidado a participar do prazeroso encontro e contribuído no debate. Desta vez, o questionário da reunião focava o tema família. Triviais perguntas que sabemos de cor, cujas respostas nem sempre análogas às de qualquer casal. O que parece trivial e harmônico para uns, caracteriza motivo de conflitos, separação ou tragédia para outros.
          Numa época de intensa valorização profissional e vocação empreendedora, investe-se dinheiro e tempo em cursos de capacitação, estratégias, conhecimento do mercado, seleção de clientes, incentivos, gestão, metas e objetivos. Cobra-se bastante prudência ao escolher uma profissão ou criar uma empresa. Qualquer tropeço acarreta prejuízos e inconsequências pelo resto da vida.
          A constituição de uma família exige também especiais cuidados, análogos aos do mundo de negócios e profissões. Com bastante antecedência, é preciso planejar a futura família. Averiguar metas e objetivos, ideais e vocação. Tudo começa ainda no período de namoro, analisando todos os aspectos de caráter, cultura, relações familiares, equilíbrio emocional, condutas, distúrbios de saúde, formação profissional e filosófica de cada lado.
          A experiência sexual precoce quase sempre resvala para desenfreada paixão, seguida de frieza emocional ou conflitos. Questões como sexo, posição social e econômica não podem estabelecer só como ponto de partida no amadurecimento amoroso. É na família que se determina a maior parte do que será alguém no futuro.
       Tem-se, nos últimos tempos, afrontado a família explorando somente infortúnios e desvios de conduta, especialmente nas novelas. Prevalece o enredo envolvendo famílias e casais desajustados, abutres farejando podridão. Nenhum exemplo serve de imitação. Ainda inventam títulos mascarados de candura: Em Família; Laços de Família. O escritor Víctor Hugo definiu a preferência pelo desgaste da família: “Toda doutrina que visa destruir a família é má. Quando se decompõe uma sociedade, o que se acha como resíduo final não é o indivíduo, mas, sim, a família”. A classe artística, em geral, não serve de exemplo de família feliz.
          Interesses humanos inventaram o acasalamento cartorial e jurídico; o casamento, porém, tem origem remota na Criação, é patrimônio divino, só Deus segura. Quem quiser receber as bênçãos de um casamento e família felizes, deve exercitar algumas orientações cristãs: Vida espiritual no lar. As crianças precisam crescer acompanhando os pais e irmãos mais velhos no bom exemplo de virtudes cristãs e vida de igreja. O lar exige ambiente de disciplina, limites, simplicidade no uso do dinheiro, prudência no excesso de prosperidade e conforto, valorizando sempre o esforço e mérito. Despojar-se de picuinhas, intrigas, ódio, inveja, preguiça, palavrões, programas eletrônicos imorais, certas novelas, espetáculos e shows de imundices musicais. Fidelidade aos princípios e mandamentos divinos. Exemplos de convivência saudável, diálogos, humildade, tolerância sem agressividade verbal.
          A empresa prospera quando se praticam regras de convivência com funcionários e clientes, além de outros cuidados. Que tal começar, hoje, a família que se deseja construir? Uma reunião de casais até que serve de prazerosa terapia.      

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