quinta-feira, 14 de maio de 2015

POSSE DO JUIZ SEBASTIÃO FIRMINO NA ALMAPI (Parte III)

O juiz Sebastião Firmino, ladeado por familiares do des. Tomaz Gomes Campelo, entre os quais os filhos Luís Américo e Viriato Campelo


14 de maio   Diário Incontínuo

POSSE DO JUIZ SEBASTIÃO FIRMINO NA ALMAPI (Parte III)

Elmar Carvalho

Dando continuidade a meu discurso, enalteci as qualidades que ornam a personalidade do juiz Sebastião Firmino Lima Filho, e discorri sobre alguns dados de sua biografia, alguns referentes a sua vida pessoal, outros a seu labor na magistratura.

Nasceu em Floriano, a cuja Academia de Letras, tão bem presidida por José Bruno dos Santos, tenho a honra de pertencer. Na Princesa do Sul radicou por várias décadas a professora Josefina Demes, que escreveu uma monumental obra historiográfica sobre essa agradável e bela terra, que me foi ofertada pelo seu sobrinho José Demes. Ausente de seu torrão natal por mais de trinta anos, Sebastião Firmino a ele retornou para exercer a judicatura, até conseguir sua remoção para a Comarca de Teresina.

O novel acadêmico é um homem polivalente, um talento multifacetado, um verdadeiro Proteu, por suas atividades polimorfas. Dessa forma, além de juiz, pratica com invejável maestria o tênis de mesa; é poeta e talentoso cantor; na infância e na adolescência foi um notável jogador de futebol, que chegou ao cúmulo da virtuose ao driblar-se a se próprio.

Na prática pebolista era um verdadeiro coringa, um legítimo homem de sete instrumentos, pois poderia atuar em todas as posições, e se o desejasse bateria o escanteio, cabecearia para o gol, e ainda se travestiria de goleiro para executar cinematográfica defesa.

Todavia, não há negar, sua maior qualidade esportiva é alcançada na prática do tênis de mesa. Notável mesatenista, já abiscoitou várias medalhas e troféus nos diversos torneios e campeonatos de que participou. Sua habilidade nessa modalidade esportiva é tão grande, que provocaria tonturas e torcicolos no espectador que tentasse acompanhar de perto as suas jogadas, mais semelhantes a prestidigitações de habilidoso mágico.

Como prova do que afirmo, o colega Edison Rogério me encaminhou e-mail, no qual me informava que Sebastião Firmino conquistara uma vistosa medalha de prata na mais recente versão dos Jogos Nacionais da Magistratura. Já antes o magistrado ER me havia sugerido que não deixasse de abordar, em meu discurso de recepção, as várias facetas e peripécias artísticas, esportivas e culturais do nosso mais novo imortal.

Julgo oportuno transcrever o seguinte trecho de um poema de sua autoria: “A bola vai / A bola vem / Belas jogadas também / É o tênis de mesa / Que vai andando tão bem.” Naturalmente “vai andando tão bem”, mas para ele, carrasco imperdoável de seus adversários. Nos referidos Jogos Nacionais venceu doze partidas, perdendo apenas a última, a de número 13, acho que apenas por causa desse número, que certamente lhe é aziago.

Na condição de poeta, sua temática é variada. Em seus versos exaltou as virtudes de sua mãe, e a beleza do esporte, da amizade, das mulheres e da natureza. A paisagem arquitetônica e natural do Piauí foi por ele enaltecida, mormente quando cantou os encantos de Floriano, Oeiras e Piracuruca. No poema relativo ao último município, fez referências a este cronista e ao desembargador Luiz Gonzaga Brandão de Carvalho, presidente e idealizador de nosso sodalício.

Entre as várias comarcas em que Sebastião Firmino atuou, destaca-se a de Oeiras, na qual ele foi titular do Juizado Especial Cível e Criminal – JECC, tendo sido sucedido pelo magistrado João Bittencourt, de quem fui sucessor. Sempre que ele me encontrava, sabedor de minha ligação afetiva e cultural a Oeiras, me estimulava a concorrer a uma vaga nessa comarca, quando surgisse a oportunidade, o que terminou acontecendo. Aliás, encerrei a minha carreira como titular do JECC da velhacap, para honra e gáudio meu.

No fórum dessa comarca, o juiz e meu amigo Edison Rogério mandou afixar um bonito banner, no qual se encontra estampado o meu poema Noturno de Oeiras, que caiu na graça dos amigos oeirenses. O ER teve ainda a iniciativa, na qualidade de juiz eleitoral, de utilizar trecho desse poema, para aferir se os candidatos objetos de reclamação eram ou não analfabetos. No documentário sobre Kátia Tapety, aparece esse banner sendo lido por sua protagonista, e nele prestou depoimento o nosso magistrado Sebastião Firmino.

O neófito membro de nosso silogeu, seja como poeta, seja como cantor, é um amado amante da beleza e das musas. Suas divas prediletas são Erato, inspiradora da poesia lírica, e Euterpe, divindade mitológica ligada à música. E sob o manto protetor dessas duas deidades, Sebastião nos encanta, com a sua poemática, com o seu talento vocal e com o seu carisma pessoal.       

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