Já se
encontra se encontra disponível no site amazon.com.br o livro digital A Zona
Planetária, da autoria de Elmar Carvalho.
A título de
prefácio, abrem o e-book duas epígrafes, da lavra de Teresinha Queiroz e Cunha
e Silva Filho.
Da primeira,
extraio o seguinte enxerto: “Nesse poema exemplar se encontram aqueles traços
já evidenciados do lirismo, da paixão contundente e arrebatadora, do erotismo
visceral, sem dúvida traços do sentir moderno. O clássico, e na historiografia
a tradição clássica é a greco-romana, é inegável na escolha dos temas, no
requinte das imagens, na natureza e teor dos recursos metafóricos.”
De CSF,
colho este trecho: “Combinando o perfeito conhecimento da história da mitologia
greco-romana, Elmar Carvalho procurou realizar, como ele afirma, à maneira
épica, um poema moderno tecido nas malhas dos recursos intertextuais, atingindo
a meta pretendida: a de fundir a Antigüidade Clássica na mitologia da
modernidade do discurso poético, num trabalho paciente e sem rebaixar o nível
de poeticidade. O que foi retrabalhar o poético canônico, as figuras
mitológicas, o tema, o andamento do verso, as ações e funções dos personagens.
Porém, do amálgama saiu o sinete do artífice, senhor da sua estratégia,
malabarista do verso, timoneiro da sua navegação”.
Trata-se de
poema épico moderno, inspirado no meretrício Zona Planetária, de Campo Maior,
no qual o autor mesclou a mitologia greco-romana, a astronomia e a sociologia e
antropologia dos velhos cabarés. O poeta procurou capturar o “clima”, a
ambiência, com certa penumbra nostálgica, em que perpassam a boêmia, a
pungência, o glamour e a alegria dos lupanares de outrora.
Nos velhos
casarões da Zona Planetária, para sempre destruídos pela incúria do serviço de
defesa do patrimônio municipal, a exemplo do que já acontecera com a vetusta
Fazenda Tombador, onde se refugiara Fidié, após o término da Batalha do
Jenipapo, eram estampados o nome e a imagem de cada um dos planetas.
Assim, cada
um dos lupanares, com as suas mulheres e madames, eram representados pelo azul
Vênus, pelo vermelho Marte, pelo imenso Júpiter, pelo belo Saturno e seus anéis,
anéis que eram elos, eram aros, eram Eros nos dedos e nas orelhas das
cortesãs...
Caro Elmar Carvalho
ResponderExcluirV. tem feito o que todo autor devia também fazer: cuidar de sua obra, divulgá--la por outros canais, primeiro os impressos, jornais, revistas;depois, na Internet, na impressão virtual, e-books, blogs, sites etc., sobretudo em grandes livrarias praticamente universais, como a Amazon.
O autor, hoje, dispõe de todos esses meios e, para ganhar maior visibilidade, convém estar atento aos múltiplos espaços de disseminação da literatura.
Está havendo um processo de mudanças, de grandes mudanças no relacionamento dos autores e leitores. Talvez aí se alterem a ideias já envelhecidas de regionalismo tout court da literatura brasileira, quer dizer, é bem provável que literatura nacional, hegemônica do eixo Rio-São Paulo, sofra, a bem da literatura e das artes em geral, uma inflexão que servirá de realinhamentos de juízos críticos e de maior aproveitamento de antigos escritores da chamada Província, considerados em plano secundário e, portanto, injustamente.
Vejo que a universidade brasileira, com todos os seus erros e falhas, traz a presença de professores de outras partes do pais, do Sudeste especialmente, para o Norte e o Nordeste, Centro-Oeste, até mesmo por razões de sobrevivência, procura de empregos na área docente.
Essas migrações diversas só ajudarão o desenvolvimento e atualização de áreas menos evoluídas do circuito acadêmico.
A ideia da descentralização é antiga e já vem dos tempos do historiador e crítico Afrânio Coutinho (1911-2000). E isso é bom para todos.
Continue com o seu projeto de fazer chegar a sua produção a novos recantos. ou seja, outros leitores..
Um abraço do
Cunha e Silva Filho