VIETNÃ
Alcenor Candeira Filho
pela página do jornal
pela palavra do rádio
pelo sinal do teletipo
pela letra da revista
pela tela da tv
- a mensagem que vem
de
Hay-Phong a Cholon
de
Hanoi a Saigon
tem apenas um mote:
MIL DINAMITES NO SUL
MIL DINAMITES NO NORTE
ENTRE O NORTE E O SUL
-
A DISTÃNCIA É A MORTE.
MUITAS VÍTIMAS NO SUL
MUITAS VÍTIMAS NO NORTE:
VIETNAMITAS DO SUL
VIETNAMITAS DO NORTE.
ENTRE O VIETNÃ DO SUL
E O VIETNÃ DO NORTE,
PELO SUL E CONTRA O NORTE
- A AMÉRICA DO NORTE;
PELO NORTE E CONTRA O SUL
- A UNIÃO SOVIÉTICA.
VIETNÃ
DO SUL
VIETNÃ
DO NORTE;
ESTADOS UNIDOS E UNIÃO SOVIÉTICA
NO PAVOR
DO SANGUE
E NA DOR
DA MORTE.
1975
A GUERRA DO VIETNÃ
Alcenor Candeira Filho
fuzis AK-47 tanques dinamites sob
imensa densa
nuvem negra sobre
parte do
mapa-múndi que vai
de Quang Tri a Hué
de Quin Nhon a Nha Trang
de Phnon Penh a An Loc
de Phan Tiem a Phan Rang
de Xuan Loc a Saigon
de Danang a
Quang Ngai
de Tan An a Vung Tau
durante duas décadas
de sangue suor dor
e de famílias divididas
cidades arrasadas
plantações arruinadas
mais de dois milhões de mortos
e aproximadamente
879000 órfãos
200000 deficientes físicos
1 milhão de viúvas
no mais longo conflito armado do Sudeste Asiático
envolvendo Vietnã do Sul e Vietnã do Norte.
1975
Dois bons poemas, embora datados quanto ao tema, ainda resistem esteticamente como construção poética. Merecem análises.
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