sábado, 27 de fevereiro de 2016

Educação moral e cívica já era


Educação moral e cívica já era

José Maria Vasconcelos
Cronista, josemaria001@hotmail.com

Nos meus arquivos, deparo-me com velhas anotações e tarefas, cujas disciplinas não se ministram mais nas escolas, desde início da década de 1990, como Organização Social e Política Brasileira (OSPB), além da Educação Moral e Cívica (EMC). Não há algo de errado na formação de futuros cidadãos?

Atuais projetos pedagógicos seguem metas para objetivos científicos, concursos e disputas no mercado de trabalho. Menos para formação ética e cidadania. Dão mais ênfase a atividades esportivas do que à disciplina espartana, à construção do caráter.

No fundo do baú, deparei-me com programa de Educação Moral e Cívica do MEC, para ensino fundamental e médio, em pleno regime militar. O programa previa culto à pátria, seus símbolos, tradições, nacionalismo, dedicação à família e à comunidade. Exercitavam-se valores cristãos, crença em Deus, condutas éticas, os dez mandamentos, a dignidade moral que não tem preço, mas valor.  Professores ensinavam a compreensão dos direitos e deveres dos brasileiros e o conhecimento da organização sociopolítica e econômica do País (OSPB). Esses conteúdos, apesar de ministrados durante o regime militar, não visavam a objetivos ideológicos, como estigmatizam as esquerdas políticas. Todavia as escolas militares continuam a seduzir estudantes, que enfrentam maratonas para ingressar nessas instituições. A secretária de educação, Rejane Dias, iniciou abertura de escolas militares, com aplausos merecidos.

Em 1993, esses conteúdos foram eliminados no governo do presidente Itamar Franco. Questões políticas e históricas concentraram-se na disciplina de Estudos Sociais e História. Educadores de tendência esquerdista tentam descaracterizar essas duas disciplinas, além de geografia, com pinceladas de terceiro mundo chavista.

Questões cívicas e éticas foram, praticamente, riscadas dos projetos pedagógicos. Poucas escolas costumam cantar o Hino Nacional, hastear a bandeira em datas nacionais, promover encontros e prédicas espirituais. A educação mais antiga ainda acrescentava conhecimentos de latim. No meu seminário, ensinava-se, também, francês, inglês, italiano e grego. Ex-seminaristas e militares, em geral, enriquecem a galeria de honrados cidadãos.

Mais outra joia encontrada nos velhos arquivos: Programa Nacional de EMC do MEC: “Ela é parte de um todo que contribui para a formação e informação das pessoas. Neste processo, a família exerce papel fundamental, uma vez que ela é o primeiro grupo social de qualquer indivíduo. Com isso, na família construímos nossos valores morais e éticos”. Família?! O que é família para a atual geração de políticos e gestores, que fogueteiam uniformidade de gênero, casamento gay, que proíbem pais punirem baixinhos rebeldes?

Educação Moral e Cívica defendia “princípios democráticos, preservação do espírito religioso, liberdade com responsabilidade, sob inspiração de Deus”. Olhe só, Deus nos manuais do MEC, quando, hoje, o Palácio do Planalto não faz nem pelo sinal. Ainda aprova a negação do estudo religioso nas escolas. Explicam-se os rumos e desmandos morais, à deriva, em todos os meandros da administração pública. Porque, para marxistas bicudos, Deus é uma utopia.

A Educação Moral e Cívica precisa, urgentemente, retornar aos programas escolares, senão as cadeias encher-se-ão, mais e mais, de bandidos; faltará policial em cada residência; uma Roma pagã se desmoronará.

Compartilhe a ideia de rever arquivos da educação, levem-na às reuniões de pais e mestres, aos debates em salas de aula. Sem ranços ideológicos e partidários. Ainda há tempo para salvar a pátria e a família, como em países sérios.     

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