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ANGÚSTIA
Édison Rogério
Graciliano Ramos, em
"Angústia", traduz magistralmente o sentimento homônimo: repetição de
atos e pensamentos em rotina desesperadora,
vida triste sem perspectiva presa em obsessivo desgosto, à espera de um
amanhecer que não virá.
O personagem do amor perdido não
escreveu uma obra literária, nada; mas vive, dia após dia, a angústia da
afeição que não quer esquecer e que é por si, toda a sua vida!
Recuperá-la cessaria a agonia,
devolver-lhe-ia os campos de lírios e girassóis em que habitava nos tempos do plácido
amor.
Mas não lhe é permitido sequer
lutar por essa afeição. Não convém ao Grande Amor.
Silêncio tumular lhe foi imposto.
Foi-lhe decretado que o “amor enlevo d'alma” lhe é proibido!
Ele não pode afirmar que embora
improvável, é a melhor opção, a paz, a tranquilidade do lago sereno, a
segurança do amor correspondido, a fidelidade do amor infinito que pulsa além
da vida a ser vivida, a alegria de tantas possibilidades.
Foi-lhe negado dizer que o grande
amor, o amor verdadeiro, aquele que acaba jamais, não é gratuito, simples ou
fácil. Himalaias se interpõem.
Sem a luta dos dois corações, não
há esperança, ventura, contentamento, felicidade.
Resta a angústia de eterno
compasso de noturno!
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