quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

OS MISTÉRIOS DA LAGOA DA VELHA

Fonte: Google


OS MISTÉRIOS DA LAGOA DA VELHA

Des. Valério Chaves

Da ALMAPI


             Dizem que o mundo ficou sem mistérios.
           Lugares míticos como a floresta de Brocelianda – palco das aventuras dos cavaleiros da Távora Redonda – não existem mais. Só na imaginação.
            Nada disso.
            No Piauí, por exemplo, além das lendas do “Cabeça de Cuia”, e  “Não se Pode” em Teresina, das “Sete Cidades” e “Serra da Capivara” – que intrigam arqueólogos com seus vestígios com mais de 3 mil anos – existem vários outros acidentes geográficos naturais que resistem a ação predatória do homem, com seus segredos, mistérios e lendas.
            Poderíamos citar, como exemplo, a “Lagoa da Velha”, de aproximadamente um quilômetro de extensão, localizada no povoado Caiçara no município de Landri Sales, região centro-sul do Piauí (300 km de Teresina), que guarda segredos, lendas e mistérios até hoje não desvendados.
            O que se sabe, através de estórias contadas por pescadores da redondeza, é que no meio das águas dessa lagoa, existe (ou existiu) uma ilha de terra firme medindo aproximadamente 200 metros quadrados que durante a noite se movimenta, ou seja, anoitece  (cia) numa margem amanhece (cia) na outra, misteriosamente. Por essa razão, chamam-na de “ilha encantada”, sem qualquer comprovação segura, claro. Segundo a lenda, sempre à meia-noite, ouvem-se vozes misteriosas vindas da ilha, parecendo chamar as pessoas para o meio das águas.
            - Talvez seja a voz de um monstro ou de uma princesa encantada pedindo socorro– diziam os mais assustados.
            Mas a Lagoa da Velha não ficou conhecida só por causa dessas estórias de lendas e causos contados alhures sem nenhuma prova concreta ou compromisso com a verdade.
            Lá, existe ou existiu, também, um fenômeno que por sua magnitude, mereceu no passado não muito distante, uma reportagem (não publicada) de um grande veículo de comunicação do sul do país.
            Trata-se de uma espécie de óleo inflamável, de cor preta, que com  frequência descia do alto das encostas da lagoa, como gotas petrificadas, até alcançar as águas, e era capaz de pegar fogo quando algum curioso mais afoito jogava palitos de fósforo acessos. Acreditava-se ser sinais de vulcão ou petróleo.
           
            A verdade é que, hoje, talvez pela ação predatória no local, não existe nenhum sinal desses eventos, nem tampouco as belezas naturais da Lagoa da Velha com suas águas cheias de encantos e magias, que apesar de perdidas nas brumas do tempo, certamente não deixam de encantar aqueles que um dia (como este vil escrevinhador) tiveram o privilégio de pescar e contemplar, in loco, seus inspiradores mistérios.
            Um dia, quem sabe, teremos a oportunidade de conhecer a verdade e  saber que eventos sobre mistérios e lendas sem nenhuma evidência científica concreta, não passam de mera invenção de contadores de estórias perdidos nas areias do tempo.
            Afinal, como afirmam os estudiosos do assunto, os mitos e as lendas existem apenas como forma do homem compreender e dar sentido aos fatos e eventos da vida e do mundo.    

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