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Sábio e Santo
Luiz Lopes Sobrinho (1905 – 1984)
Ao Prof. Possidônio Queiroz, cuja excessiva modéstia
esconde, na cidade de Oeiras, uma inteligência iluminada de Sábio, e uma alma humílima
de Santo.
Num quarto do mercado, em mísera quitanda,
Entre sacos de sal e caixas de sabão,
Esconde-se a figura augusta e veneranda
De um êmulo de Rui, de igual cerebração!
Ele, talvez, se ligue aos filhos de Loanda,
Das plagas de Uadai, de Darfur, no Sudão;
E conserve no sangue os mistérios de Umbanda,
E as luzes de Iemanjá, no grande coração!
Que importa o mundo, o povo, o clã de onde proveio,
Se o seu saber reluz, de Oeiras, no alto meio,
E uma palavra má nunca manchou seus lábios?!
Na Música é professor! Conhece a Geografia;
Sabe História e Direito e, até, Astronomia!
Na Língua, é visto, enfim, dando lições aos sábios!
Oeiras, 1958.
(Fonte: Antologia da Academia Piauiense de Letras, de Wilson
Carvalho Gonçalves)
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