terça-feira, 20 de março de 2018

SALÃO DO LIVRO DE PARNAÍBA – SALIPA

SALÃO DO LIVRO DE PARNAÍBA – SALIPA

Alcenor Candeira Filho

     A primeira edição do Salão do Livro de Parnaíba – SALIPA ocorreu no período de 11 a 13 de agosto de 2009, dentro das festividades comemorativas dos 165 anos de elevação da Vila de São João da Parnaíba à dignidade de cidade.
     O SALIPA foi inspirado no Salão do Livro do Piauí – SALIPI, concebido e coordenado por abnegados professores e intelectuais,  com quinze edições realizadas (2003/2017).
     A exemplo do SALIPI, o SALIPA tem se constituído num espaço aberto  às mais diversas manifestações culturais: literatura, história, fotografia, música, teatro, artes plásticas, dança, feira de livros.

     Patrocinado pela Prefeitura Municipal de Parnaíba em parceria com a Fundação Quixote  e apoio do governo estadual, o SALIPA deixou lamentavelmente de ser realizado a partir de 2016. Daí em diante “tudo ficou como dantes no quartel de Abrantes” e a cidade não recebe mais  a visita e as lições de expoentes da cultura brasileira como Moacir Scliar, Ana Miranda, Márcia Tiburi, Ignácio de Loiola Brandão, Zuenir Ventura,  Marina Colassanti, Fabrício Carpinejar, Alice Ruiz, Cristóvão Tezza, Gabriel o Pensador, Afonso Romano de Sant’Anna.
     Dentre os piauienses que se apresentaram no SALIPA lembro os historiadores Fonseca Neto e Manuel Domingos Neto; os poetas e escritores Cineas Santos, Luís Romero, Salgado Maranhão, Danilo Melo, Assis Brasil, Elmar Carvalho,  Antônio de Pádua Ribeiro dos Santos, Israel Correia, Maria do Amparo Coelho dos Santos, e os artistas Teófilo Lima, Soraya Castelo Branco, Gregório Neto, João Cláudio  Moreno, dentre outros.
     O SALIPA sempre alcançou um grande público, formado principalmente por escritores, artistas,  estudantes e professores.
     Realizadas no Espaço Cultural Porto das Barcas, com palestras no auditório da Associação Comercial  de Parnaíba constantemente lotado, as seis edições do SALIPA foram bem sucedidas e deixaram imensas saudades.
     Eis uma síntese de cada evento:

-  1º SALIPA
    * ANO OVÍDIO SARAIVA
    * Mensagem: “Quando as letras falam mais alto”.
    * Data: 11 a 13-08-2009

- 2º SALIPA
    * ANO HUMBERTO DE CAMPOS
    * Mensagem: “Ler é descortinar infinitos horizontes”.
    * Data: 19 a 21.08.2010

- 3º SALIPA
    * ANO RENATO CASTELO BRANCO
    * Mensagem: “Ler é tudo de bom”.
    * Data: 01 a 04.09.2011

 - 4º SALIPA   
    * ANO EVANDRO LINS E SILVA
    Mensagem: “Eu tenho o vício da defesa da liberdade”.
·         Data: 07 a 10. 11.2012

- 5º SALIPA
    * ANO ASSIS BRASIL
    * Mensagem: “Ler é viajar no tempo”.
    * Data: 12 a 15.11.2014

- 6º SALIPA
    * ANO LEONARDO CASTELO BRANCO
    * Mensagem: “Cultura seduz e liberta”.
    * Data: 11 a 14.11.2015.

     Os organizadores do evento primavam pelo rigor na escolha dos participantes. Se a peneira não era infalível, pelo menos continha  poucos buracos.  A responsabilidade seletiva se estendia à escolha do homenageado em cada ano.
     Para evitar a pressão de cabotinos interessados apenas na promoção pessoal ou familiar, adotou-se inicialmente um critério capaz de neutralizar nefastas contaminações: o homenageado seria sempre pessoa falecida, preferencialmente parnaibana. A regra só foi quebrada no ano de 2014, quando com inteira justiça se homenageou um dos maiores escritores vivos do país: Francisco de Assis Almeida Brasil.
     Efetivamente, os seis homenageados nas edições do SALIPA são escritores renomados e respeitados no Brasil inteiro:

·         Ovídio Saraiva de Carvalho e Silva: nascido na Vila de São João da Parnaíba, foi fundador da literatura piauiense com o livro POEMAS, editado em `Portugal em 1808, obra enquadrada na estética neoclássica ou árcade e que se caracteriza pela presença da cultura greco-latina, por fartas alusões a figuras da mitologia e pelo culto da poesia pastoril ou bucólica.
·         Humberto de Campos Veras: consagrado escritor brasileiro, nascido em Miritiba-Ma, tendo passado a infância em Parnaíba, que lhe inspirou as famosas páginas dos livros MEMÓRIAS e MEMÓRIAS INACABADAS. Membro da Academia Brasileira de Letras.
·          Renato Pires Castelo Branco: escritor e publicitário nascido em Parnaíba-Pi.  Romancista, ensaísta, memorialista e poeta. Pesquisador que se aprofunda  na análise dos fatos, Renato Castelo Branco é autor do ensaio histórico-cultural A QUÍMICA DAS RAÇAS , do estudo histórico-social do Piauí denominado A CIVILIZAÇÃO DO COURO e dos  romances que compõem a “Trilogia do Meio-Norte”: RIO DA LIBERDADE, SENHORES E ESCRAVOS e A CONQUISTA DOS SERTÕES DE DENTRO, que se fundamentam em acontecimentos localizados no Vale do Parnaíba, isto é, as guerras da independência, a Balaiada e a conquista do Vale pelos bandeirantes paulistas e vaqueiros baianos.

     *  Evandro Lins e Silva: parnaibano nascido na Ilha Grande de
         Santa Isabel. Jurista e escritor que ocupou elevados postos
         no país: Procurador-Geral da República, Ministro das        
        Relações Exteriores, Ministro Chefe da Casa Civil e Ministro
        Do Supremo Tribunal Federal. Destacou-se sobretudo como
        advogado criminalista e como defensor da liberdade. Autor
        dos livros A DEFESA TEM A PALAVRA, ARCA DE GUARDADOS
         e O SALÃO DOS PASSOS PERDIDOS. Membro da Academia
         Brasileira de Letras.
  
    *   Francisco de Assis Almeida Brasil: Natural de Parnaíba-Pi.
         Publicou mais de cento e cinquenta livros em diferentes
         gêneros: romance, conto, crítica literária, ensaio, didático,
         etc. Ganhou duas vezes o Prêmio Nacional Walmap de
         de Literatura  com os romances BEIRA RIO BEIRA VIDA e OS QUE BEBEM COMO OS CÃES. Autor da “Tetralogia Piauiense”,  que compreende os romances BEIRA RIO BEIRA
        VIDA, A FILHA DO MEIO-QUILO, O SALTO DO CAVALO
        COBRIDOR e PACAMÃO,  todos ambientados na Parnaíba do
       segundo quartel de século XX.

·         Leonardo de Nossa Senhora das Dores Castelo Branco:
nasceu em 1788 e faleceu em 1873. Revolucionário, poeta, 
prosador e mecânico. Teve importante participação na história de nossa independência. Sua obra mais famosa é A CRIAÇÃO UNIVERSAL, com mais de quatro mil versos brancos ou soltos.

Nos seis anos de realização do SALIPA, os parnaibanos vivenciamos dias inesquecíveis de pleno envolvimento com atividades culturais.

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