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LABIRINTO TINTO DE SANGUE
Elmar Carvalho
Faço um poema
com o sangue ardente
das nascentes de meus
dedos:
vertentes de medos e
degredos.
Os versos são fios de
esperança
que saem de palpos de
estranhas aranhas
construindo labirintos em
arabescos
tintos de sangue nos
afrescos.
Ariadne recolhe o fio
e Teseu surge intacto
com a espada embebida
do sangue do Minotauro que
traz
no peito a rosa sangrenta
da ferida.
Com esse fio
Penélope tece e destece
um longo manto ensopado
de pranto e quebranto
e se amortalha das dores
de amor de que padece
– amor que lhe pasta e
apetece.
O que conclui desfaz peça
por peça
e interminavelmente
recomeça.
Dr. Elmar,
ResponderExcluirEsse belo poema, de sua lavra, foi escrito recentemente?
Caro Acoram,
ResponderExcluirEsse poema já consta na primeira edição de Rosa dos Ventos Gerais (APL/UFPI, 1996). Portanto, ele é de 1996 ou de data anterior. Tenho vaga lembrança que ele ainda deva ser da década de 1980.
Estimo, conforme você já me disse pessoalmente, que você goste de muitos de meus poemas antigos.
Abraço,
Elmar