terça-feira, 15 de janeiro de 2019

CIDADÃO ARMADO, MAS NÃO PERIGOSO



CIDADÃO ARMADO, MAS NÃO PERIGOSO

Antônio Francisco Sousa – Auditor Fiscal (afcsousa01@hotmail.com)
 
                Quem, inadvertidamente, lê, escuta ou vê, o que nichos da mídia impressa, visual ou de áudio, transmitem ou vêm comunicando, ultimamente, em relação às pretensas ou prometidas providências a serem tomadas pelo atual governo, no que tange à flexibilização da política de desarmamento, facilitação na aquisição ou posse de armas, possivelmente, mete-se a pensar ou concluir que, tão logo – se isso acontecer – ocorra a aprovação legal de tal decisão, a totalidade do povo brasileiro vai passar a economizar de seu minguado salário uma parcela para, enfim, adquirir uma arma de fogo, e, mais ainda, segundo sensacionalistas, demagogos e hipócritas que se imiscuem ou expõem, publicamente, suas impressões a respeito do tema, não para as utilizarem na defesa pessoal ou familiar, mas, sim, para darem cabo à esposa, ao marido, ex-mulher ou ex-esposo, dentro da própria residência ou onde for possível, ao desafeto do condomínio, ao provocador no trânsito, ao inimigo ou adversário nos estádios de futebol, ao agressor nas escolas, faculdades, a inocentes nas igrejas, nos mercados - de tão desatentos, esqueceram de incluir os suicídios decorrentes do uso e abuso de arma de fogo. Que é isso? Que mente, prodigiosamente, criativa e maligna, a desses que assim pensam – e tornam público - a respeito dos futuros neo-armados, velhos potenciais criminosos, finalmente, liberados para exercitarem e darem vazão à sua sanha assassina.

                Que sirva de lembrete: antes da adoção ou da flexibilização da compra, porte e uso de armas de fogo pelos brasileiros sem antecedência criminal – somente a esses cidadãos - é o que se espera determine a legislação - será concedida a autorização para adquirir arma de fogo, mas não a portar ou a utilizar, ostensivamente –, portanto, agora, já, no Brasil se  comete, anualmente, mais homicídios e assassinatos do que várias dezenas de países, somados; dentre esses: Estados Unidos, Canadá, França, Itália, Portugal, Espanha, Alemanha, Holanda, Bélgica, Egito, Japão, China e muitos outros. Em alguns, não raro, não somente a aquisição de armas é permitida, mas até aconselhada, bem como seu porte, púbica e, ostensivamente.

                Entre os países que matam menos com armas de fogo ou qualquer outro tipo que o Brasil, uns, econômica, política, social, educacional e até culturalmente, têm condições inferiores às nossas. Estaria a população de tais nações desarmada ou apenas melhor protegida por seus organismos públicos e privados de segurança, o que tornaria despiciendo ao cidadão portar ou adquirir arma? Ou seriam as leis penais dessas localidades mais duras, severas e verdadeiramente efetivas?

                Os que defendem, simplesmente por defender, o desarmamento como forma de fazer circular armas apenas entre aqueles que podem e devem conduzi-las, portá-las – as instituições policiais, militares, de segurança privada e outras categorias profissionais – não podem negar, que mesmo matando mais que a média global nossas polícias, milícias, bandido comum, o assaltante, o narcotraficante, o assassino de encomenda, gozam de uma segurança potencial extra, quase absoluta, quando se confrontam com a maioria da população: a de que, no mais das vezes, vão encontrá-la desarmada e indefesa. 

                Ideal seria que ninguém precisasse ter armas, mas como, infelizmente, com os frágeis aparatos públicos de segurança que temos, com um sistema educacional incapaz de inculcar na população cultura suficiente para fazê-la entender que renegar arma de qualquer espécie seria garantia de uma sociedade pacífica, ordeira e segura, isso não é possível, por que não permitir que, não somente o bandido, que não precisa de leis nem de autorização para adquirir armas, tenha-as e as utilize para ferir ou matar, mas qualquer cidadão que, comprovadamente, demonstre condições emocionais, morais e técnicas de vir a ser proprietário ou portador de uma, possa sê-lo? Não para sair matando semelhantes inocentes ou não, como pregam demagogos, que se valem de argumentos inviáveis ou não plausíveis sobre a questão, mas para defenderem-se de agressores que, armados e perigosos, ponham em risco a vida, a saúde e a segurança de familiares ou protegidos do agredido.             

Um comentário:

  1. É isso, estimo Antônio Antônio, dizer o mesmo me arrisco. A arma com o cidadão, não aumentará qualquer risco. Valeu. Parabéns.

    ResponderExcluir