CONTRATEMPOS, DESENCONTROS E
MUDANÇAS DOS TEMPOS CORONIANOS
Everardo de Oliveira
Parnaíba-PI
Em meados de março de 2020, o
poder público decreta calamidade e isolamento social por conta da pandemia
mundial no novo coronavírus e pega todo mundo de surpresa, para espanto da
humanidade. Os principais meios de proteção contra este vírus (máscaras, luvas,
álcool em gel etc), repentinamente, estes produtos começaram a desaparecer das
prateleiras das farmácias e supermercados, os preços chegaram a patamares
estratosféricos e os órgãos de defesa do consumidor fiscalizaram esses abusos.
Fez-me lembrar dos velhos tempos do “boi voador” nos idos de 1986, no plano
econômico do Governo Sarney.
Inesperadamente, a consulta
médica que estava agendada foi devorada pelo isolamento social; o casamento que
foi realizado de maneira intimista; a viagem dos sonhos dos noivos em lua de mel
foi adiada por falta de voos comerciais e fechamento dos hotéis; o botox que
fora colocado uma semana antes já não mais adiantava por não ter como mostrar,
por conta da máscara que encobria e escondia o efeito. A compra do carro novo
para ostentar não tinha mais sentido no isolamento social.
Há poucos dias vi um ouvinte de
uma rádio de Teresina interagindo com o locutor, afirmando que as lojas se
transformaram em “boca de fumo” em que o comerciante deixa a porta entreaberta
e o cliente vem sorrateiramente, compra e sai, e o comerciante fecha
rapidamente com medo de ser multado ou preso por infringir os decretos do poder
público.
Pelo menos, agora também tenho
evasivas de estar com sobrepeso porque as academias estão fechadas e de não
mais visitar um amigo chato por conta do vírus contagioso.
Por outro lado, estão surgindo
muitas mudanças sociais: na semana passada tive uma teleconferência com os
moradores do meu condomínio; meu filho teve uma consulta médica pelo WhatsApp;
muita higienização por onde andamos: supermercados, clínicas, farmácias etc.
Fiz até uma comparação com o término do pós-guerra onde se teve a maior
evolução das gerações de computadores.
Por isso, não temos certeza de
nada e até aonde vai o efeito dessa pandemia, mas duas coisas não mudam: o
sucesso que a máscara faz há muito tempo, desde da época da gripe espanhola
(1918) e os larápios que nunca dão trégua...
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