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Edifício Dep. Ezequias Costa, onde funcionará o Centro Cultural Dr. Roberto Tadros |
DIÁRIO
[Centro
Cultural da Fecomércio/PI e as dádivas de Valdeci]
Elmar Carvalho
11/11/20
Na quinta-feira passada o irmão maçônico Valdeci Cavalcante, por WhatsApp, me perguntou se eu aceitaria dar meu nome ao Espaço de Criação Musical, que haverá no Centro Cultural da Fecomércio, ainda não inaugurado, e que terá o nome do Dr. Roberto Tadros, presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Foi uma enorme e inesperada surpresa. Confesso que fiquei emocionado e lisonjeado ao mesmo tempo. Do meu conhecimento, é a primeira vez que meu nome será dado a um espaço cultural.
Já
recebi, para gáudio meu, outras homenagens, mas ser epônimo de um espaço
cultural é a primeira vez. Tenho poemas afixados em espaços e prédios diversos,
em vários rincões do Piauí, bem como já recebi comendas, medalhas e diplomas,
além de alguns títulos de cidadania, porém confesso que ter meu nome designando
um espaço musical me calou fundo no peito.
Em
sua mensagem o Dr. Valdeci Cavalcante, que foi meu professor no curso de
Direito e é meu confrade nas Academias Piauiense, Parnaibana e Maçônica de
Letras, me pedia lhe enviasse meu currículo resumido e uma foto de minha
preferência. De imediato adotei as providências solicitadas. Já tive a honra de
o saudar em noite memoranda, quando de sua posse na Academia Parnaibana de Letras,
oportunidade em que enalteci os atributos e virtudes, que lhe ornam a
personalidade de escol.
O
suntuoso e belo edifício será designado pelo nome do Deputado Ezequias Costa, e
terá vários espaços (destinados a oficinas de diversas atividades e artes),
além de teatro, cineteatro, biblioteca, espaço nobre, escola de música e o Café
Acadêmico. Nele serão realizados diversos cursos e oficinas de aperfeiçoamento
profissional e artístico.
Muitos
desses espaços receberão os nomes de vários membros da Academia Piauiense de
Letras, entre os quais cito: Da Costa e Silva, Celso Barros Coelho, Paulo
Nunes, Assis Brasil, Francisco Miguel de Moura, Nerina Castello Branco, Fides
Angélica, Herculano Moraes, Jônathas Nunes, Magno Pires, Homero Castello
Branco, Hugo Napoleão e este escriba. Também serão homenageados Dora Parentes,
Jesus Arias e Luizão Paiva.
No
sábado, na reunião virtual da Academia Piauiense, após dizer que considerava os
colegas uma extensão de minha família, compartilhei essa informação com eles.
Direi abaixo, de forma mais ampliada, o que lhes disse.
Conquanto não seja cantor e nem instrumentista, a música é uma das manifestações artísticas
de minha preferência. Apesar de não ter talento e nem dom musical, admiro essa
arte, que é uma das que mais tenho fruído ao longo de minha vida. Admiro e
aplaudo os seus artistas, e a muitos compositores, instrumentistas e cantores
tenho louvado com entusiasmo.
Tenho
alguns poemas que foram musicados por diferentes compositores. É um tanto
difícil o casamento entre um poema e a música, porquanto um pode ser muito
superior ao outro. Por outro parte, às vezes um bom poema não se presta a ser
musicado, por causa do tema, do ritmo ou mesmo do tamanho do texto. Contudo,
quando uma bela melodia se casa com um ótimo poema não poderia haver casamento
mais harmonioso.
Considero
seja a arte poética uma prima legítima da música, porque um poema deve ter
ritmo, sonoridades, aliterações, coliterações, e, às vezes, métrica e rima, o
que dá a essa arte literária certo ritmo musical. A Escola Simbolista buscava
com muita ênfase a musicalidade das palavras, das frases e dos versos.
Portanto, eu disse que as musas da mitologia grega Euterpe e Érato eram as mais
próximas, as mais unidas, talvez irmãs siamesas.
Euterpe,
como todos sabem, representa e protege a música, e várias bandas filarmônicas se
chamaram Euterpe. Érato é a musa da poesia lírica. Dessa forma tentei
justificar a designação de meu nome para o espaço destinado à criação musical,
sendo, porém, que a maior justificação é mesmo a generosidade do mecenas
Valdeci Cavalcante, que, semelhante ao que se dizia do educador, intelectual e
escritor Anísio Teixeira, parece pensar com as mãos, tal a quantidade e
qualidade de suas realizações, inclusive no campo da cultura e das artes. Diria
que ele é um dínamo em figura de gente.
Como
a homenagem é prestada por um órgão da iniciativa privada, não há que se
questionar a sua legalidade e legitimidade, pelo fato de a maioria dos
homenageados não ter falecido. Mas aproveitei para contar um episódio anedótico,
que tem como protagonista o imenso e humilde poeta Manuel Bandeira, que sendo
um poeta maior, se autodenominou poeta menor.
Quando
lhe foram erigir uma estátua em praça pública, algumas vozes dissonantes, que
sempre as há, invocaram a postura municipal na tentativa de privar o poeta da
justa homenagem. Indagado sobre se desejava a homenagem, Bandeira disse que não
só queria, como até se recusava a morrer enquanto a estátua não fosse colocada
em seu pedestal. Da mesma forma, eu disse que iria rezar para Deus me manter vivo
até a concretização final da homenagem, com a inauguração do espaço e a
aposição da respectiva placa.
Por
fim, só me resta agradecer ao operoso administrador da Fecomércio/Piauí e 1º
vice-presidente da Confederação Nacional do Comércio, Dr. Valdeci Cavalcante,
por esta importante homenagem, pela qual lhe serei eternamente grato, ainda
mais por desconfiar de que, talvez, não tenha, em sua integralidade, o devido merecimento.
Mas me esforçarei para dela me tornar digno.
Parabéns pela homenagem merecida, vc é nosso poeta maior, já é do meio cultural e é um disseminador da arte/cultura!! Já quero conhecer o espaço ��������
ResponderExcluirEmbora não tenha identificado o amigo, agradeço-lhe o amável comentário.
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