DIÁRIO
[20 anos de Entretextos]
Elmar Carvalho
10/03/2021
Alguns dias atrás, o Claucio Ciarlini me pediu escrevesse algo sobre os vinte anos do portal Entretextos, para que ele publicasse na próxima edição impressa e virtual do jornal O Piaguí, do qual é editor e um dos fundadores. Disse que o faria, por consideração a ele e ao Dílson Lages Monteiro, titular do site homenageado.
Devo dizer que considero o Entretextos um dos notáveis
portais culturais e literários do Brasil, talvez o melhor do Piauí, por sua persistência
e abrangência ao longo de duas décadas. Acompanho-o desse o seu início, como
leitor e como colaborador eventual. Há vários anos, o Dílson me franqueou uma
coluna com a respectiva senha, de modo que eu mesmo posto minhas matérias,
quando o desejo. Dezenas de outros escritores têm coluna no portal, e têm
publicado matérias sobre diferentes temáticas culturais, mas sobretudo literária,
ensaística, crítica e historiografia.
Nunca ele me fez nenhuma recomendação quanto a tema ou conteúdo,
e nunca me censurou nenhuma postagem, nem mesmo como simples advertência. Tive
a honra de recebê-lo com discurso quando ele ingressou na Academia Piauiense de
Letras. Há muitos anos já era seu confrade na Academia de Letras do Vale do
Longá.
Seu site tem publicado, por iniciativa própria ou de seus colunistas
e colaboradores, importantes ensaios, artigos, crônicas e poemas sobre os mais
diversos assuntos. A literatura piauiense tem sido evocada através de textos de
crítica literária ou historiográficos. Importantes historiadores, entre os
quais de forma sistemática Reginaldo Miranda, têm escrito notáveis artigos
sobre aspectos e fatos da história piauiense. Diversos livros e autores já
foram objeto de estudo em centenas de textos nele postados.
Não bastassem essas publicações, o portal abriga, em sua
biblioteca virtual importantes e raros livros da literatura brasileira e
piauiense, de forma gratuita, sem nada cobrar dos autores e dos leitores. Também
possui uma livraria on line, pela qual dezenas de livros impressos podem ser
adquiridos, por módicos preços.
Nesses vinte anos muitos audiovisuais culturais foram
divulgados no portal, alguns produzidos por iniciativa do próprio Dílson.
Dentre eles, muitos documentários, videoclipes, videopoemas, depoimentos, etc.,
de diferentes tamanhos, mas a maioria, creio, de curta metragem.
Ao longo desse percurso de duas décadas, o portal promoveu,
como disse, muitos clipes, documentários, depoimentos e lives, sobretudo nos
três últimos anos, por causa da comemoração dos 179/180 anos em que Barras,
terra natal do Dílson e de meus ancestrais, foi elevada à categoria de Vila, e
também por motivo da pandemia, que ensejou a realização de dezenas de lives de
Leituras Compartilhadas de textos em prosa e poemas de importantes escritores
piauienses. Cabe esclarecer que a vila passou a cidade, com o nome de Barras do
Marataoã, pelo Decreto nº 1, publicado em 28/12/1889, assinado pelo governador
Gregório Taumaturgo de Azevedo, barrense.
Tive a satisfação de participar de vários desses eventos
virtuais, para minha honra e gáudio. Inclusive, numa dessas lives, sugeri que
neste ano, quando Barras comemora 180 em que passou a Vila, através da
Resolução Provincial nº 127, de 27/09/1841 (foi instalada em 19/04/1842), seja
feito um plebiscito sobre se a população gostaria que o seu nome voltasse a ser
Barras do Marataoã, como muitos saudosistas ainda a chamam.
Dessa forma foram produzidos muitos documentários,
depoimentos e lives temáticos sobre Barras e sua rica história. Foram abordados
outros temas como esperança, saudade, etc., e enfocados importantes autores nacionais
e piauienses. Portanto, não falto com a verdade quando digo que o portal tem um
riquíssimo acervo de audiovisuais sobre a história e a literatura do Piauí e de
Barras. Posso mesmo dizer que esse conjunto de vídeos, todos ou quase todos postados
no You Tube, forma um verdadeiro museu de som e imagem do Piauí, quiçá um dos
mais importantes, pelo menos do meu conhecimento.
Assim, considero que o Portal Entretextos é de fato um “portal”
para uma rica dimensão de nossa arte e de nossa literatura, e merece todos os encômios
e aplausos de quem aprecia a cultura piauiense e brasileira.
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