domingo, 6 de junho de 2021

Seleta Piauiense - J. Coriolano

Fonte: Google

 

Como a Flor do Bulebule (*)

 

J. Coriolano (1829 - 1869)

 

Os cabelos de Maria

À mais leve exalação

Se embalançam,

Brincam, dançam.

Buliçosos eles são,

Como a flor do bulebule,

Aos beijos da viração.

 

Anelados por seus ombros

De uma candura sem fim,

Ora adejam,

Ora beijam

O seu seio de marfim.

Como a flor do bulebule,

A brisa agita-os assim.

 

Quem a visse descansando

Sua face sobre a mão

Docemente

Negligente,

Dissera-a etérea visão,

Ou a flor do bulebule,

Se não sopra a viração.

 

Mas e a brisa se levanta

Como as aves de manhã,

Os cabelos,

Louros, belos,

Da terna virgem – louçã,

Como a flor do bulebule,

Beija-os a brisa da chã.

 

Os cabelos de Maria,

Aos beijos da viração

Se embalançam,

Brincam, dançam

Resplendem meigo clarão.

Como a flor do bulebule,

Seus lindos cabelos são.

 

(*) O nome mais corrente hoje dessa planta é bole-bole. Optei por deixar a grafia que se encontra no livro “Poesias de José Coriolano de Souza Lima”, organizado por Saulo Barreto Lima Fernandes.   

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