quarta-feira, 24 de agosto de 2022

Cavaco patriótico



Cavaco patriótico 


Carlos Rubem 


O ano de 1972 não me foi só marcante por ter, aos 13 anos, conhecido a minha primeira namorada, a Raimunda. Baixota de roliço par de pernas, cabelos curtos a lá Elis Regina. Loirinha dos olhos esverdeados, bonita. O inaugural beijo na boca se deu no escurinho do Cine Teatro Oeiras.


A grandiloquência das comemorações do Sesquicentenário da Independência do Brasil pelo país afora, também, renderam-me indeléveis marcas. Correr com a tocha do Fogo Símbolo da Pátria deixou-me a impressão de pertencimento nacional.


No início daquele ano foi criado o Instituto Histórico de Oeiras, instituição cultural que muitas ações benfazejas já promoveu. De sorte que, em parceria com o município, encetou um movimento patriótico que mobilizou a cidade, inclusive a realização de palestras proferidas por ilustres convidados e corifeus de seu quadro social.


Somente tempos depois tive a compreensão do contexto histórico em que se vivia naquela época. O extremismo político recrudescia-se!


Pelo que sei — e pouco sei —, em nível nacional, ao ensejo do Bicentenário do Brasil, está sendo fundido moedas trazendo esfinges alusivas a esta efeméride.


No Piauí, ainda no ano passado, o governador Wellington Dias constituiu um especial Conselho visando planejar e executar uma programação relativa à memória do Grito do Ipiranga, em âmbito estadual, por óbvio. 


Sábado passado (20.08.2022), durante solenidade havida na Academia Piauiense de Letras - APL — abelhudo que sou — questionei ao Presidente Zózimo Tavares, jornalista, se sabia algo a respeito das tratativas porventura havida no dito Conselho. 


Cingiu-se em me dizer o que está sendo aventado no âmbito daquela Casa de Cultura. Presente o Presidente do Conselho Estadual de Cultura, o imortal Nelson Nery Costa, apresentou vagas informações a respeito do assunto por mim levantado. Menos mal!…


Em Oeiras — e em outros municípios piauienses — nada é sabido, até agora, acerca das possíveis movimentações cívicas à altura da simbologia que encerra 07 de Setembro.


Estamos a cerca de duas semanas daquela máxima data nacional. Abstraindo-se os chamamentos de ordem partidária tanto da situação quanto da oposição — está chegando a terceira guerra mundial — nada de motivador é anunciado que seja, com a dignidade merecida, festejado o Bicentenário em apreço. 


Ou este cavaco não passa de uma tolice da minha parte? 

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