domingo, 6 de agosto de 2023

SACRIFÍCIO

Fonte: Google

 

SACRIFÍCIO


Elmar Carvalho

 

Abrir meu ventre

como uma rosa de carne

e de suas vísceras multicores

pétalas dispostas em arabesco

projetar uma poesia

feita de flores e de fezes.

Cortar meu corpo

e retalhar minha alma

e fazer uma poesia

de matéria e de espírito

e morrer na última palavra

do último verso por nascer.

Drenar

minhas veias e

com seu sangue

regar um poema canibal

que não fale de morte.

E escrever a obra-prima

com o sangue da alma.

            Parnaíba, 17.05.78

2 comentários:

  1. Que Lindo e CHOCANTE ao mesmo tempo!... Imagino se tratar de Sua Fase TOR4 NETO - pensei até que fosse Dele mesmo. Puxa Vida,... Parabéns!...

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  2. Poema de 1978. Eu tinha apenas 22 anos. Fico feliz com suas palavras e por não haver renegado e nem perdido esse poema de minha juventude parnaibana. Kkkkk.

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