sexta-feira, 22 de março de 2024

O PIAGÜÍ – UM JORNAL CULTURALISTA

Uma das edições de O Piagüí

                      
 

O PIAGÜÍ – UM JORNAL CULTURALISTA


Elmar Carvalho

 

Recebi o jornal culturalista O Piagüí, ano III, nº 33, cujos diretores de conteúdo são Daniel Castelo Branco Ciarlini e Claucio Ciarlini Neto. Admiro sua linha editorial. Noto que é desprovida de interesses menores, alheia a ciúmes existentes em grupos, e sobretudo tenho observado que os seus diretores não são obsessivamente ciosos de suas próprias produções; ao contrário, sabem reconhecer o valor dos outros, sem importar a que gerações pertençam. Até mesmo escritores já falecidos e um tanto esquecidos têm sido lembrados em suas páginas.

 

Tenho visto o esforço desse órgão de comunicação em preservar a memória histórica do Piauí, através de matérias que sintetizam a história de vários municípios, assim como outras que tem divulgado os sítios arqueológicos e espaços culturais de nosso estado. Em suas folhas têm sido estampados contos, crônicas e poemas, além de pequenos ensaios e entrevistas.

 

O periódico tem envidado notável esforço em preservar a lembrança dos homens ilustres do Piauí e de Parnaíba, que se destacaram nos mais diferentes campos da atividade humana, seja empresarial, político, cultural, artístico ou literário. Considero os que fazem O Piagüí, tanto o jornal impresso como o portal de mesmo nome, como jovens idealistas, despojados de mesquinhas vaidades, egoísmos e egolatrias, que através da arte e da cultura buscam um mundo melhor, mais justo e mais fraterno.

 

Inevitavelmente, observados a contextualização histórica, as idiossincrasias de cada componente, a grande diferença tecnológica dos dias atuais e a dos anos 70 e 80 do século passado e o regime político de então e de hoje, comparo esses moços de boa vontade aos que fizeram o jornal Inovação, pela força de vontade, abnegação e idealismo. Muitos dos componentes de ambos os jornais são ou foram literatos – contistas, cronistas, ensaístas e poetas.

 

Dentro da realidade parnaibana, é como se, simbolicamente, os “inovadores”, na corrida de revezamento da vida e das gerações, tivessem passado o fogo sagrado da cultura e do idealismo aos “piaguienses”. Para mim, com sinceridade devo confessar, a equipe do Piagüí é a mais brilhante geração surgida após o Inovação, sobretudo porque infensa a radicalismos e individualismos tacanhos e improdutivos. 

16 de julho de 2010

Um comentário:

  1. Prezado escritor, poeta e prosador, Elmar, seu comentário ao O Piaugui sempre será uma necessidade, considerando a nossa natureza contraditória, em q o Ego persiste em se sobrepor ao EU. Aí emergem a tendência a priorizarmos o negativo e o condenável no outro, a injustiça e a intolerância pra realçar o danado do Ego eriçado. Tolerância, compaixão e perdão são a chave pra neutralizar esses arrufos, mas, para tanto, teremos que evoluir pelo menos ao nível de um cristão praticante.

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