ROMPIMENTO (*)
Elmar Carvalho
Dedo em riste,
muito feroz e muito triste,
o homem, grosso e imundo,
falou:
– Lembra-te, tu já lambeste
meu cu!
A mulher, com gestos
abstratos
feitos do mais singelo
recato,
elegante e delicada,
retrucou:
– Lambi, mas não lambo mais
...
O homem quedou-se
transformado
em pesada estátua de pedra
e dor.
A mulher se foi
–
leve e evanescente –
anjo que se libertou.
(*) Essa história teria acontecido com um coronel da carnaúba, nos áureos tempos do extrativismo econômico parnaibano.
Sim, poeta! Também ocorreu com o grande Luis Carlos Pereira de Abreu Bacelar, o coronel Serra Negra. Após a humilhação ela partiu para sempre. Ela deixou o mais rico cidadão da Província do Piaui, da qual fora membro da primeira junta governativa, quando a província se separou do Maranhão.
ResponderExcluirEsse poema é forte, chega a compungir os mais sensíveis! Mas, ao mesmo tempo, formado por versos harmoniosos, transmite ao leitor uma mensagem engrandecedora!
ResponderExcluir