quarta-feira, 23 de junho de 2010

NOTÍCIA CULTURAL


SARAU ÁGORA

O Sarau Lítero-Musical Ágora, em sua XXXII edição, homenageia o poeta Edilberto Vilanova. O evento acontecerá no próximo dia 24, quinta-feira, no restaurante Nova Brisa. Como sempre acontece, o poeta homenageado recitará poemas de sua autoria. Os presentes poderão dizer poemas seus ou de outros autores. O recital é intercalado com números musicais, a cargo de artista especialmente convidado. Na oportunidade, será lançado um opúsculo com poemas de Edilberto Vilanova. O poeta nasceu em Simplício Mendes, no povoado Altamira, mas aos dezessete anos foi morar em Oeiras, onde se formou em Letras/Português na Universidade Estadual do Piauí. Na plaqueta encontramos a informação de que o poeta “trabalha com a desconstrução e a recriação dos vocábulos. Conhecedor da obra completa do poeta pernambucano João Cabral de Melo Neto, ele o aponta como um dos expoentes responsáveis pela sua atual produção poética, assim também como o poeta piauiense H. Dobal, que muito o tem ajudado na busca de uma linguagem definida e na concisão do poema”. O sarau é realizado graças à perseverança e esforço do poeta e médico João Carvalho, que busca apoio e parcerias, e chega a gastar dinheiro de seu próprio bolso, para manter a regularidade da promoção, que acontece sempre na última quinta-feira de cada mês. Merece ser prestigiado por todos que gostam de cultura, sobretudo música e literatura, e desejam fugir da mesmice.



DOIS POEMAS DE EDILBERTO VILANOVA

SEDE

Ainda deságuo quando você demora
a descansar seu coração selvagem
em meu peito
pois sei que teu cais
é qualquer porto
qualquer poço
mas você sempre volta
e não tem jeito mesmo
minha sede cede a qualquer encanto seu
tenho a sede dos oceanos
você é minha sede
sede minha represa
sou mulher oceano
e nem a tempestade sacia minha sede
pois quem chove sou eu
a tempestade sou eu
vem cedo navegar em meu pano
deixa teu navio-coração
descansar no peito meu


PUBERDADE

Minha infância sem rios
se fez barquinho de papel
e naufragou
nas águas turvas da cacimba
do interior de minha adolescência

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