sexta-feira, 14 de março de 2014

A LANTERNA DE UMA IMPRENSA VEDORA


Jacob Fortes

Enquanto o povo, engolfado em seus afazeres, mantém distraídos os seus olhares, os recursos públicos, impostos dos contribuintes, escorrem por artérias beneficentíssimas com o propósito de estipendiar planos de saúde de alto preço para políticos que, há tempos, perderam os seus mandatos. Até quando exparlamentares serão agraciados com beneficiamentos tão generosos? Quem pode estancar essa hemorragia? De sangue é pleonasmo. Quem pode realizar uma hemóstase sobre essa artéria aberta no erário por onde escorre e se perde o suor dos trabalhadores brasileiros? A fonte não seca porque há o contribuinte: que põe e os políticos dispõem. Esse clamor, que ninguém escuta, é propiciatório à evocação da alma de Demócrito Rocha; para que interceda por este país: “Ninguém o escuta ninguém o escuta e o Gigante dobra a cabeça sobre o peito enorme, curva os joelhos sobre o pó da terra....e nos últimos arrancos vai morrendo e resistindo, morrendo e resistindo, resistindo e morrendo.”

Não permite Deus que falte a lanterna com que a imprensa alumia os apagões, o lado da obscuridade necessário à prática das incúrias, da cortesia com o chapéu alheio.    

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