terça-feira, 1 de julho de 2014

Desperta, meu povo!


Desperta, meu povo!

José Maria Vasconcelos
Cronista, 
josemaria001@hotmail.com
    

Faz um ano. Multidão de brasileiros, especialmente jovens de classe média, foi às ruas, de norte a sul do país, em passeatas pacíficas, cobrando do governo segurança, mobilidade urbana, transparência nos gastos públicos, combate à corrupção, reformas políticas, entre outras medidas. Há décadas, a população não organizava protestos de tamanha magnitude e sentimento pátrio. Pelo menos, as manifestações urbanas causaram certo temor às autoridades e parlamentares, que logo providenciaram tirar das gavetas projetos de leis adormecidos, há tempo, mas de interesse social urgente.


O fervor nacionalista das ruas foi abafado, em seguida, por grupos de baderneiros encapuzados e depredadores, para atemorizar as manifestações pacíficas. Certamente, havia um pensador coletivo, espécie de guru da contramão da democracia comandando a turma da bagunça.


A tática do quebra-quebra para esbarrar as manifestações populares é antiga e repetida, especialmente em países onde o socialismo estendeu tentáculos. O nazismo, comandado por Hítler, se impôs provocando quebra-quebra contra judeus. Seguiram-se confrontos e mortes em Portugal, Espanha e Itália, onde se implantaram regimes ditatoriais de influência nazista. Getúlio Vargas farejou os mesmos planos para o Brasil e virou ditador. Jânio Quadros e Jango trocavam baforados charutos com governo cubano, sucursal da Rússia comunista. Em 1964, movimentos de esquerda no Brasil já atemorizavam a população, que foi às ruas protestar. Graças à intervenção militar, para conter a implantação comunista no Brasil, as esquerdas, que assaltavam bancos e sequestravam diplomatas, sofreram baixas com prisões, execuções e perdas dos direitos civis. Em 1968, Paris virou caldeirão de protestos e quebra-quebra por grupos de socialistas tentando impor-se no país.


Na Rússia, o regime de Vladimir Putin tenta recuperar o prestígio e territórios perdidos da antiga União das Repúblicas socialistas Soviéticas (URSS). Putin marginaliza a oposição, cala a imprensa, controla ou compra canais de comunicação. É complicado o povo russo ter acesso a fontes de informação que contem o que realmente acontece. Jornais independentes estão sendo comprados e seus editores substituídos. Os porta-vozes do governo dizem a mesma coisa, os mesmos bordões, os mesmos resultados. A estratégia de Putin é promover ataques pontuais e forjados aos líderes que se destacam. São poucos os cidadãos que leem e têm o senso crítico bem informado. Os cidadãos acreditam na imagem de perfeição de Putin, que apoia a sua gestão em 80%. Ele andava desacreditado, há alguns anos. Agora, com todas as leis contra protestos e com a onda de propaganda fascista, muitos russos voltaram a acreditar nele.


Comparando todos os paradigmas vividos em países socialistas, precisa os brasileiros abrirem os olhos. Paixão nacional não se nutre só de futebol, mas de consciência política, sem adesão a imoralidades. É preciso o povo não se deixar engabelar pela distribuição de pão e circo, arenas e pirotecnias eleitoreiras. Eu temo o silencio das ruas. O povo acordou, porém precisa despertar e vestir a camisa amarela do exercício da cidadania.

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