...E MORREU
MARIA PREÁ!
Antonio Gallas
Comer “o pão
que o diabo amassou”, “por as barbas de molho”, “santo do pau oco” ou ”casa de
mãe Joana”, são muitas das expressões que costumamos dizer por este “brasilzão”
a dentro. São os ditados como assim
dizemos. Muitos deles tiveram sua origem
na bíblia, como por exemplo, “o pão que o diabo amassou”. Outros com a chegada
da coroa portuguesa ao Brasil, e a grande maioria (a maioria já não é
grande???!!!) surgiu do anedotário popular, principalmente das regiões norte e
nordeste.
É muito
comum ouvirmos dizer “MORREU MARIA PRÉA” quando se tem um assunto encerrado,
finalizado. Mas como surgiu essa expressão?
Conta-se que
em uma pequena cidade do interior do Rio Grande do Norte, o sacerdote mantinha
um caso amoroso com uma de suas beatas que por sinal era muito bonita como
conta em versos o poeta potiguar Itanildo Medeiros:
“Bonita e
muito formosa
Maria Preá
era seu nome
Essa beata
fogosa
Do padre
tirava a fome
E sempre que
ele podia
Com ela, ele
se escondia
Pra poderem
se agarrar”.
Um belo dia,
prá desassossego do vigário o sacristãos flagrou em colóquios amorosos conforme
narrativa ainda do poeta Itanildo Medeiros:
“Mas um dia
o sacristão
Flagrou os
dois num colchão
O padre e
Maria Preá
E depois
dessa orgia
O padre
perdeu o sossego
Todo dia o
sacristão
Alegava este
chamego
Chantageava
o vigário
Fazia ele de
otário”.
A partir daí
a vida do padre tornou-se um inferno. Com medo de que a notícia se espalhasse
pela paróquia e pelas freguesias das redondezas, era obrigado a aceitar as
chantagens do sacristão. Não sabia mais o que fazer. Até que no desespero pediu
a Deus que mostrasse um caminho para que ele ficasse livre dessas chantagens e extorsões,
pois até ao cofre da igreja o vigário já tinha recorrido algumas vezes. Mas
como diz outro ditado brasileiro “Deus tarda, mas não falta”, embora eu ache
que Deus chega na hora certa, aconteceu que um dia ao sair para uma desobriga
em povoados da região, o padre esqueceu-se de levar importante documento que deveria
ser entregue a um paroquiano. Do meio da viagem o padre retorna para pegar tal documento e ao chegar na casa paroquial
deparou-se com uma cena hilária e surpreendente, como narra em
versos Itanildo Medeiros:
“O padre
entrou apressado
Na casa
paroquial
Viu o
sacristão curvado
De decúbito
dorsal
Nu da
cintura pra baixo
Por traz dele
um outro macho
Numa
movimentação
Que o padre,
vendo, notava
Que o rapaz
'encaicava'
As fezes do
sacristão”.
Surpreso com
o que acabara de presenciar e ao mesmo tempo sentindo-se aliviado:
”O padre gritou de lá
Sacristão se
oriente
Pois, pra
nós, daqui pra frente
Morreu Maria
Preá"!
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