Mécia e Francisco Miguel de Moura |
18 de junho Diário Incontínuo
MESTRE CHICO E A
LITERATURA DO PIAUÍ
Parte I
Parte I
Elmar Carvalho
Na quinta-feira
passada, à noite, fui ao Salipi, onde o poeta Francisco Miguel de Moura estaria
autografando o seu livro Literatura do Piauí, 2ª edição, publicado pela editora
da Universidade Federal do Piauí – UFPI. Pensei que fosse lançamento solene,
com palestras de apresentação e tudo mais, mas na verdade tratava-se
tão-somente de venda e autógrafo da obra. Ao chegar, além do escritor e de sua
esposa Mécia, encontrei o historiador, jurista e articulista João Borges
Caminha, que foi meu professor na Universidade Federal do Piauí, na qual ele
lecionava Direito Agrário.
É ele meu confrade na
Academia Campomaiorense de Letras – ACALE. Foi chefe do Setor Jurídico do Banco
do Brasil no Estado do Piauí. Seu filho Marco Aurélio Lustosa Caminha,
procurador do Trabalho, foi meu colega no curso de Direito. Fui apresentado por
Chico Miguel ao juiz do Trabalho Carlos Wagner Araújo Nery da Cruz, seu amigo e
leitor contumaz e voraz, que adquiriu meu livro Confissões de um juiz, que se
encontrava exposto no estande da EDUFPI. Tive a satisfação de lhe autografar o
exemplar.
O lançamento de
Literatura do Piauí será no próximo dia 20, sábado, às 10 horas, em solenidade
conjunta da UFPI e da Academia Piauiense de Letras – APL, conforme convite que
tenho em mãos, emitido pelo reitor José Arimatéia Dantas Lopes e pelo
presidente Nelson Nery Costa. O evento acontecerá no auditório da APL. Serão,
também, lançados na oportunidade os livros Estudos de História do Piauí, 2ª
edição, de Odilon Nunes, e O sertão piauiense em pé de guerra, 1ª edição, de
Laécio Barros Dias, ambos publicados pela APL e integrantes da Coleção
Centenário.
Conheci Chico Miguel de
Moura no final da década de 1970, quando ele esteve rapidamente no lançamento
do livro Galopando, obra coletiva de que fazíamos parte Paulo Couto Machado,
Rubervam Du Nascimento, Josemar Nerys, Paulo de Athayde Couto e este diarista.
Os três primeiros residiam em Teresina, e os dois últimos, em Parnaíba. Na
verdade, para ser mais exato, o Rubervam morava em Timon e trabalhava em nossa
capital, na Delegacia do Trabalho. Era o início de uma amizade literária e
integração entre autores parnaibanos e teresinenses. Creio ter sido ainda a
estreia literária de alguns desses poetas, inclusive a minha.
O livro era uma
brochura simples, mas bem cuidada, com miolo impresso em mimeógrafo, porém a
capa era uma bela obra de arte, uma xilogravura feita com todo esmero pelo
artista plástico Fernando Costa, tragicamente falecido nas cinzas de um triste
carnaval, poucos anos depois. Cheguei a conhecê-lo em Parnaíba, em um evento
cultural. Em sua memória, escrevi uma crônica elegíaca, em que lamentei a sua morte
precoce, quando ele ainda estava por alcançar o auge de seu talento. Galopando
trazia ilustrações de Fábio Torres, Zé Alfredo e Fernando Costa. Foi editado
graças aos esforços de Nonata Nerys, irmã de Josemar, e Socorro Soares.
Passando a residir em
Teresina a partir de agosto de 1982, ao assumir o cargo de fiscal da SUNAB,
tornei-me amigo de Chico Miguel e de seu irmão afetivo Hardi Filho, grande
poeta recentemente falecido. Algumas vezes estive na casa deles, em momentos
alegres ou comemorativos. Em 1986, o velho, franco e franciscano Chico iniciou a
luta para reativar a União Brasileira de Escritores do Piauí, de cuja campanha
fiz parte. Foi o seu primeiro presidente, nessa nova fase. Deu-lhe vida,
através de publicações e eventos, e lhe deu existência legal, com razão social,
CNPJ e demais aparato burocrático.
Fui seu sucessor, na
gestão 1988/1990. Com a ajuda de meus companheiros de diretoria e o apoio
decisivo do deputado Humberto Reis da Silveira, conseguimos que fosse
insculpida em dispositivo da Constituição Estadual a obrigatoriedade do ensino
de Literatura Piauiense, passando a nossa literatura a ser, portanto, disciplina
obrigatória (art. 226). Por razões que desconheço, mas que não acho aceitáveis
ou justificáveis, esse mandamento constitucional nunca foi efetivamente
executado pelo Governo do Piauí.
(Continua na próxima semana.)
Excelente, meu caro amigo Elmar Carvalho. Melhor que esta só mesmo se for a continuação
ResponderExcluirFarei o possível para manter na 2a parte o nível da 1a, caro Chico Miguel , mas em literatura nem sempre as coisas são previsíveis.
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