Exército ou as construtoras?
José Maria Vasconcelos
Cronista, josemaria001@hotmail.com
Primeiramente, cuspa qualquer ranço amargo aos militares, exaurido das
esquerdas, que tentaram implantar no país o comunismo, teleguiado por Moscou,
via Cuba. Ou por delírios de Venezuela, Bolívia, Nicarágua, Argentina, mais
recentemente. A interferência do Exército Brasileiro no governo do Brasil
visava não permitir o comunismo de ditadores sanguinários, sob a batuta da
corrupção desenfreada, assalto à propriedade privada. As desastrosas
consequências que ocorreram em países socialistas, como Rússia e China (antes),
Cuba, Coreia do Norte e leste europeu servem de advertência.
Apesar de
algumas mazelas atribuídas à ditadura militar, especialmente na limitação das
manifestações públicas e liberdade de imprensa, tem-se que erguer o braço,
bater continência à gigantesca operação das forças armadas para resgatar o
Brasil do atraso, que servia até de deboche dos argentinos, mais prósperos e
europeizados, antes do peronismo populista.
O país, no
começo dos anos 60, não dispunha de estradas asfaltadas, do Rio Grande do Sul
ao Oiapoque. Em Teresina, privilégio só no aeroporto, e mixuruca. Viajar por
estradas nordestinas, aventura arriscada, poeira de lascar, ônibus sem ar
refrigerado, uma eternidade. Comunicação eletrônica, somente por telegrafia.
Cartas demoravam meses para chegar ao destinatário. Boa mesmo, excelente, antes
da ditadura, a educação pública, de invejar a rede privada, de produzir
celebridades.
O governo militar implantou sistema de comunicação, através
de milhares de torres da Embratel, espalhadas pelo Brasil, depois via satélite,
interligando-se ao resto do mundo. Claro que o gigantismo do projeto de
modernização nacional custou caro e oneroso às futuras gerações. Todavia a
corrupção custava bem mais aos aventureiros denunciados.
Vinte anos de regime militar! Nenhum presidente nem ministros saíram encastelados em fortunas da
corrupção. A tropa das forças armadas ainda continua, em geral, em condições
franciscanas, nas residências oficiais, nos carros de passeio. Louvável,
impressionante o sentimento patriótico e ético que comanda a formação militar.
A AMAN e ITA servem de paradigma e continuam seduzindo a juventude estudiosa.
O Batalhão de
Engenharia de Construção (BEC), organização militar criada em 1955, construiu,
na ditadura militar, as melhores e mais duráveis estradas asfaltadas do país,
para vergonha das atuais tapiocas da corrupção. A engenharia militar data do
início da colonização. Atua em obras conveniadas com órgãos públicos, na
construção de pontes, poços artesianos e
tubulares, açudes, portos, viadutos. Infelizmente, construtoras, com a
complicidade de governos corruptos, usurpam a honrosa atribuição do Exército.
Os batalhões de engenharia andam à míngua ameças de fechamento, como o comando
de Picos.
Duro de se
entender: vale a pena regime democrático, gerenciado pela liberdade de se
roubar, para, depois, cidadãos pagarem a conta? Chegou a hora de se entregarem,
pelo menos, as obras de engenharia aos militares. É hora de se trocar o ranço
amargo por sabor licoroso da decência.
Parabéns ao articulista, pela coragem em mostrar a cara em um momento da nossa história em que muitos que se serviram do regime militar, hoje o abominam descaradamente, remando ao lado dos pseudo progressistas. Não tenho saudade de qualquer regime que obsta a liberdade de ir e vir do cidadão. Contudo, não posso concordar com a canalhice que se implantou no país pelos que estão encastelados no poder. Há de ter um regime intermediário, onde os cidadãos, de fato, comandem o país; onde as leis sejam severamente aplicadas, sem acepção de pessoa; onde os serviços públicos se revertam em prol do cidadão.
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