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Só um Anjo Será
J. Coriolano (1829 - 1869)
A flor que melindrosa se baloiça
No melindroso, delicado pé,
Não é como o meu bem tão melindrosa,
Não é, não é, não é!
A aurora que o levante purpureia,
Que os horizontes colorindo vem,
Não tem aquelas lindas, róseas faces,
Não tem, não tem, não tem!
A brisa que sussurra nas palmeiras
É doce quando a tarde em calma está;
Mas voz tão maviosa como a dela
Não há, não há, não há!
A flauta que desoras suspirando
Quebra da noite a plácida soidão,
Não é como o seu canto – direi sempre
Que não, que não, que não!
Se alguma virgem bela ataviou-se
Para mais realçar o todo seu,
Esse todo o meu bem – sem atavios –
Venceu, venceu, venceu!
Su’alma e coração são compassivos,
Ela tem o candor de um serafim,
É, sim, a minha amada um tipo d’anjo;
É, sim, é sim, é sim!
Só um anjo de Deus, dos céus baixado,
Que à celeste mansão remontará,
Será como o meu bem perfeito e puro,
Será, será, será!
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