Leandro, entre Josué Costa e Luíza Miranda, demonstrando que é um homem de sete instrumentos: além da medicina, desenha, pinta (até o sete), canta, e escreve ensaios históricos e poemas |
Gilson Caland, Carvalho Neto, Graça Vilhena, Leandro Fernandes, Hermano Nino, Aurea Santos e Lucili |
Wilson Seraine, Marleide Lins, Douglas Machado e Leandro Fernandes |
APRESENTAÇÃO do livro "palavra SERtão"
Elmar Carvalho
Leandro
Cardoso Fernandes é piauiense de Teresina. Médico pela Universidade de
Pernambuco (UPE), cardiologista e ecocardiografista pela Escola Paulista de
Medicina (EPM/UNIFESP).
Poeta,
cordelista e pesquisador de cultura popular, com foco na temática “Cangaço”.
Tem participação em documentários, capítulos de livro e artigos sobre este
tema.
É coautor (em
parceria com Antônio Amaury Correa de Araújo) do livro “Lampião: A Medicina e o
Cangaço”.
É membro
titular da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC); ocupa a cadeira nº 5 da
Academia de Medicina do Piauí, membro da Sociedade Brasileira de Estudos do
Cangaço (SBEC), da Sociedade Piauiense de História da Medicina e Sociedade
Brasileira de Médicos Escritores (SOBRAMES-PI), dentre outras. (Orelha do livro
“palavra SERtão”)
Cineas Santos
fez a apresentação da obra na solenidade de lançamento, ocorrida na noite do
dia 10, no Auditório Prof. Paulo Nunes, na Oficina da Palavra.
Leandro Cardoso, que além do mais é
um dos maiores e melhores escritores e pesquisadores do tema cangaço, não
apenas do Piauí, mas do Brasil, com importantes trabalhos publicados, inclusive
em livro, é um poeta de muitos e variados recursos na arte de versejar, pois é
versátil e versado.
Transita do
poema de cordel ao poema moderno e erudito com singular facilidade, pelo menos
facilidade aparente, pois certa fluidez e espontaneidade que quase sempre lhe
percebemos pode ser fruto de estressante luta com as palavras, como no dizer drummondiano.
Os temas que
aborda são os mais diferentes possíveis, e vão das agruras sertanejas, com toda
o seu cortejo de misérias e percalços, a temas líricos, amenos e, em alguns
momentos, do cotidiano e circunstanciais. E nisto não vai nenhum reparo ou
senão, uma vez que sou conhecedor de que o menestrel Manuel Bandeira foi um
mestre de belos poemas ditos de circunstância, como muito bem pode ser aferido
em Mafuá do Malungo. Nesses versos, Leandro louva o sorriso de uma filha, a
saudade da mulher amada e o afeto paterno por toda a prole.
O nosso bardo
não cai nas armadilhas das aparentes facilidades da poesia contemporânea, e por
isso, talvez para demonstrar que tem talento e técnica, comete primorosos
poemas metrificados e rimados. Para isso, decerto, hauriu as lições dos grandes
mestres da poesia, digamos erudita, e dos célebres cordelistas brasileiros, sem
preconceitos e sem pruridos elitistas.
Em alguns de
seus poemas, se revela como um consumado artífice de descrições paisagísticas.
Torna-se, então, um hábil pintor, e nos seus versos perpassam belas paisagens,
mas também asperezas da paisagem nordestina. Por vezes podemos nos deparar com
um belo pôr de sol, mas também sermos surpreendidos com uma esquálida e
espinhenta caatinga nordestina. Também canta os rios, os mares, as serras e os
belos carnaubais verdejantes, como se a natureza estivesse entranhada em sua
alma.
Nem só de
cenários trata o seu versejar, mas ainda de cenas, que, se não são épicas nem
homéricas, são também relevantes, mesmo quando falam do cotidiano nordestino,
porque mostram as mazelas e tragicidade do nosso caboclo, que enfrenta a seca,
a miséria e a fome, até culminar na epopeia cinzenta dos retirantes.
Portanto, é um poeta solidário com o
sofrimento do bravo sertanejo, que nas palavras de Euclides da Cunha é antes de
tudo um forte, a que acrescentarei o adjetivo espartano. Assim, não vive
encastelado em etéreas torres ebúrneas, enevoadas, e distanciadas da realidade
da terra e do homem que nela vive, sofre e moureja.
Leandro
Cardoso tem um verdadeiro arsenal poético, e, por conseguinte, utiliza os mais
variados recursos estilísticos, e figuras e tropos. Não segue o modismo dos
poeminhas pequenininhos, geralmente contendo apenas pretensos trocadilhos
engraçadinhos. Seus poemas têm “sustância”, com conteúdo vertido em bela forma.
Contudo,
quando os perpetra, nota-se que eles contêm denso conteúdo, senso de humor, e
não mero malabarismo rímico, como pode servir de exemplo o sintético poema
Namoro, de sabor epigramático:
– Com licença?
Posso entrar na sua
vida?
– Desculpe...
Mas detesto despedida!
É um poeta
que veio para ficar e ficou... Ficou e ficará como um de nossos bons
poetas.
Estivemos presente no lançamento do livro do acadêmico e Vice presidente da Academia de Medicina do Piauí, na Oficina da Palavra, bonita apresentação do Professor Cineas Santos.
ResponderExcluirOntem inauguramos o "ESPAÇO MULTICULTURAL JOSÉ MARQUES DA COSTA - HOSPITAL ITACOR. Convidamos os membros da nossa Academia e Leandro fez um outro lançamento de sua primorosa obra. Muitos foram os Acadêmicos que se fizeram presentes: Dr Wildson Castro, Benjamin Pessoa, Gilvan Andrade, José Lira, José Itamar.
O livro é uma pérola e encanta a todos os que têm oportunidade de lê-lo.
Parabéns ao Acadêmico e escritor que é membro titular da ABRAMES(Academia Brasileira de Médicos Escritores - ABRAMES)
José Itamar Abreu Costa
Presidente da Academia de Medicina do Piauí
Caro Dr. Itamar,
ResponderExcluirParabéns pela realização de outro importante evento cultural.
Infelizmente, motivos adversos me impediram de comparecer, como lhe havia dito.
Abraço,
Elmar