sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

O Q U E É C O N T O



          
O    Q U E    É    C O N T O

Alcenor Candeira Filho

                   C O N T O

             narrativa escassa
             de uma ação somente
             presa ao presente
             menos ao que passa,
             no discurso o diálogo
             predominante sempre.

            o relato lerdo
            ou relato lento
            sem lugar no conto,
           circunscrito a
           - singular espaço
           - tempo de relógio
           - flashback raro
           - personagem pouco.

           no ensinamento
           de Massaud Moisés,
           “plástico” e “objetivo”
           com dado criativo
           subpondo-se ao
           dado observado.

           tipos importantes:
           conto de ideia
           conto de cenário
            conto de ação.

           na lição de Mário
          conto é o que conto
          se chama. E pronto!

COMENTÁRIO

     A palavra conto origina-se do latim “computu”, que significa “cálculo”, “conta” e remonta aos primórdios da própria arte literária.

     O conto, ao lado da novela e do romance, é uma das  formas de ficção. De todas, a menos extensa.
     
    Segundo Afrânio Coutinho, em NOTAS DE TEORIA LITERÁRIA, “entre o ‘romance’ e a ‘novela’ a distinção é mais quantitativa do que qualitativa: a ‘novela’ é obra de menor extensão, cobre um cenário mais reduzido, lida com menor número de personagens e incidentes, limita-se a maior economia no tempo e no espaço (...). Já a caracterização do ‘conto’ em relação ao ‘romance’ e à ‘novela’ é tanto qualitativa quanto quantitativa.”

     Eis as principais características do conto:

     - unívoco, univalente:  um só conflito, uma só história, uma só célula dramática
     - predomínio do diálogo (raras ou poucas linhas dissertativas ou descritivas
     - eapaço da ação é limitado (a história pode transcorrer numa rua, num hospital
     - unidade de tempo: a ação ocorre num restrito lapso de tempo, horas ou dias
     - número reduzido de personagens
     - foco narrativo: qualquer um pode ser empregado: narrador-personagem, narrador-onisciente e narrador-observador
     - flashback raro
     - enredo linear

     A estrofe final do poema “Conto” faz alusão ao escritor paulista Mário de Andrade, a quem se atribui a frase  -  “conto é o que conto se chama”.    

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