segunda-feira, 9 de setembro de 2019

A BARRAGEM DE CASTELHANO E A BELA AMARANTE


 
Fonte: G1/Google

A BARRAGEM DE CASTELHANO E A BELA AMARANTE

Elmar Carvalho

Foi muito concorrida e participativa a reunião da APL, de ontem. O acadêmico Paulo Nunes levantou grave questão. Disse que há fortes suspeitas de que a barragem de Castelhano, a ser construída a jusante da cidade de Palmeirais, poderá inundar parte dessa cidade e das cidades de Amarante e São Francisco – MA, e que isso poderia trazer graves consequências ao patrimônio arquitetônico da terra de Da Costa e Silva, que é um dos mais ricos do Piauí.

Na sua opinião, a terra dacostiana é uma das mais bonitas cidades do mundo. Entre outras edificações, seriam atingidas a Casa de Odilon Nunes e a Casa dos Azulejos. A primeira, além do seu valor histórico e arquitetônico, abriga o Museu Odilon Nunes, cujo patrono foi um dos maiores historiadores do Piauí. A segunda, de beleza ímpar, situada na Avenida Desembargador Amaral, tem a sua fachada externa toda revestida de azulejos importados da Europa, salvo engano de Portugal.

Propôs que a Academia realizasse uma audiência pública. Evidentemente, o assunto foi debatido e, por fim, aprovado por unanimidade. O acadêmico Manfredi Cerqueira, com a sua conhecida verve, lembrou o temor que causou a construção da barragem do rio Piracuruca, e disse que esses tipos de obras sempre “algo dão”, e lembrou o recente episódio da barragem de Algodões, que até hoje traumatiza a população ribeirinha dos municípios de Cocal e Buriti dos Lopes.

O acadêmico Jônathas Nunes explicou que barragem pode trazer problema tanto a montante, com as possíveis inundações, como a jusante, com o fantasma do rompimento da parede, que pode ocasionar catástrofe, como a lembrada tragédia de Algodões. Aduziu que a construção de Central Nuclear poderia ser uma alternativa, mas o acadêmico Nelson Nery não achou esta uma boa opção, por causa de possível vazamento radioativo.

A confreira Fides Angélica lembrou outras matrizes energéticas, como a eólica e a solar. O professor Jônathas informou que, com relação à eólica, os ventos somente são suficientemente fortes no litoral e em região do município de Paulistana, e que, quanto à solar, o espaço deverá ser muito grande para uma produção muito pequena de energia.

De qualquer sorte, ficou decidido que a Academia Piauiense de Letras promoverá um grande debate em torno do assunto, sobretudo por causa da possibilidade de inundação de parte da antiga e velha arquitetura da bucólica e bela Amarante.


21 de março de 2010

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