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MARTE
Elmar Carvalho
Poema épico moderno, inspirado
no meretrício Zona Planetária, de Campo Maior, em que procurei mesclar a
mitologia greco-romana, a astronomia e a sociologia dos cabarés. Na Zona
Planetária cada um dos lupanares ostentava na fachada o nome e a imagem de cada
um dos planetas, entre os quais Saturno e seus anéis. Irei, no blog, publicando
cada uma das dez unidades desse relativamente longo poema.
Ó sangrento e sanguinário
planeta, tua cor esvaiu-se
do mênstruo das mulheres.
Deus guerreiro, deus do
belo amor
do bélico
furor das Ninfas maníacas
mordedoras
dos sádicos dráculas desdentados,
mas de hábeis ventosas
sugadoras.
Planeta das Valquírias
das guerras do amor,
da busca ansiosa e
incessante
do paraíso do
sexorgasmodorrento
do hidromel emanado dos
fluidos da libido.
As armas são espadas
fálicas desfolhadas
e triangulares escudos escamados
e retentores.
Teu rugido da grande
explosão da gênese e do
caos
repercute nos gritos, nos
fungados
e gemidos dos embates
sexuais.
Os satélites Fobos e
Deimos,
filhos de Marte e Vênus,
amantes do amor (em)bebido
em sangue
em suas fatídicas rondas
orbitais
espalham o Medo e o Terror.
Marte dos amores lav(r)ados
no sangue das Fúrias e do
Terror
dos romanescos crimes
passionais
dos sexos decepados pelas
guilhotinas
ou cortados pelas espadas
dos homens e mulheres
ciumentos.
Marte dos mártires
dos grandes amores matadores.
Planeta das amáveis
das afáveis
amazonas
a cavalgarem sequiosas
o enlouquecido cavalo alado
do sexo –
Pégaso pegajoso
de esperma e mucosa de
vagina.
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