terça-feira, 8 de outubro de 2019

A Zona Planetária - Marte

Fonte: Google


MARTE

Elmar Carvalho

Poema épico moderno, inspirado no meretrício Zona Planetária, de Campo Maior, em que procurei mesclar a mitologia greco-romana, a astronomia e a sociologia dos cabarés. Na Zona Planetária cada um dos lupanares ostentava na fachada o nome e a imagem de cada um dos planetas, entre os quais Saturno e seus anéis. Irei, no blog, publicando cada uma das dez unidades desse relativamente longo poema. 

Ó sangrento e sanguinário
planeta, tua cor esvaiu-se
do mênstruo das mulheres.
Deus guerreiro, deus do belo amor
                                       do bélico
furor das Ninfas maníacas mordedoras
         dos sádicos dráculas desdentados,
mas de hábeis ventosas sugadoras.
Planeta das Valquírias
das guerras do amor,
da busca ansiosa e incessante
do paraíso do sexorgasmodorrento
do hidromel emanado dos fluidos da libido.
As armas são espadas fálicas desfolhadas
e triangulares escudos escamados e retentores.
Teu rugido da grande
explosão da gênese e do caos
repercute nos gritos, nos fungados
e gemidos dos embates sexuais.
Os satélites Fobos e Deimos,
filhos de Marte e Vênus,
amantes do amor (em)bebido em sangue
em suas fatídicas rondas orbitais
espalham o Medo e o Terror.
Marte dos amores lav(r)ados
no sangue das Fúrias e do Terror
dos romanescos crimes passionais
dos sexos decepados pelas guilhotinas
ou cortados pelas espadas
dos homens e mulheres ciumentos.
Marte dos mártires
dos grandes amores matadores.
Planeta das amáveis
               das afáveis amazonas
a cavalgarem sequiosas
o enlouquecido cavalo alado
do sexo    Pégaso pegajoso
de esperma e mucosa de vagina. 

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