domingo, 31 de janeiro de 2021

Nascei feio mesmo assim

Fonte: Google/Pinterest


Nasci feio mesmo assim


Jonas Fontenele de Carvalho

Advogado, professor e escritor


Nasci feio mesmo assim,

Logo cedo perdi mãe e fiquei errante,

Nordestino, sangue nada fino, resolvi encarar o mundo

São Paulo logo me encantou, novidades eram tantas

Trabalhei de um tudo moço, passei por momentos ruins

Chorei, sofri, mas resisti, encarei a luta feito mutante

Tudo aparecia veloz demais, ditadura, drogas, modas, resistência

E eu? Perdido no meio daquilo tudo a me triturar, torturar

Nasci feio mesmo assim.

Meus amigos curtindo Gal, Caetano, Mutantes, Gil

E eu ouvindo sem saber mesmo por que, James Brow e Odair José 

Tempos brutos exigiam respostas duras, 

viver era preciso, navegar não

sem entender o porque do nada o turbilhão passou,

 se foi, não entendi nada 

hoje, não sei se já maduro, por vezes me pego matutando

pensando nas coisas que vivi, que sofri, que resisti

hoje sorrio um sorriso todo meu, conquistado no ferro e na brasa 

e a vida passa despreocupada ao largo de mim

e eu moço? Não sei de nada, só sei que nasci feio mesmo assim.

Nenhum comentário:

Postar um comentário