Os engenhos de Da Costa e Ascenso
Elmar Carvalho
Postei o vídeo acima, do amigo e
confrade Felipe Mendes, no grupo da UBE-PI – União Brasileira de Escritores do
Piauí, sobre o qual fiz o seguinte comentário:
Um belo registro dos engenhos de
madeira de antigamente, que já quase não existem.
Esse vídeo me fez lembrar o
excelso poeta amarantino Da Costa e Silva, que escreveu estes versos imortais:
Na remansosa paz da rústica
fazenda,
à luz quente do sol e à fria luz
do luar,
vive, como a expiar uma culpa
tremenda,
o engenho de madeira a gemer e a
chorar.
Ringe e range, rouquenha, a
rígida moenda;
e, ringindo e rangendo, a cana a
triturar,
parece que tem alma, advinha e
desvenda
a ruína, a dor, o mal que vai,
talvez, causar...
E o grande bardo pernambucano
Ascenso Ferreira, quando cantou os engenhos de sua terra:
Dos engenhos de minha terra
Só os nomes fazem sonhar:
- Esperança !
- Estrela d'Alva !
- Flor do Bosque !
- Bom-Mirar !
Um trino… um trinado… um tropel
de trovoada…
e a tropa e os tropeiros trotando
na estrada:
- Valo!
- Êh Andorinha !
- Ê Ventania !
- Ê...
Octavio Cesar fez os seguintes
comentários:
Me transportou para minha
infância em Luzilândia.
Meu avô tinha um pequeno engenho
com essa engenhoca moendo as canas.
Ele fazia uma cachaça chamada
Cabocla Dengosa.
Respondi-lhe o seguinte:
Essa calibrina, pelo nome,
deveria ser da boa.
Ele revidou:
E tinha a tiquira, feita de
mandioca. Tomou um trago e banhou, porre chegou.
Contra-ataquei:
Mas essa Cabocla Dengosa deveria
ser um perigo.
Se desse muito bola para o
caboclo, deveria deixar o cabra muito escacholado ou arriado.
E, se não desse bola nenhuma,
deixaria arreliado.
Octavio arrematou:
Hahahaha. O nome Tiquira deve ter alguma relação com a Tequila. Alcoolicamente, ao menos.