Fonte: Google |
Instiguei o ChatGPT do seguinte modo: “Sei que Cantares ou Cântico
dos Cânticos tem uma interpretação religiosa ou mística, sempre associada a Jesus
e à Igreja.
Contudo, eu lhe dei uma interpretação literal e sensual e
baseado nele fiz este poema: [Enviei-lhe a transcrição de meu poema Cântico do
Corpo Amado]”
O GPT fez um pequeno texto e me perguntou se eu queria que
ele fizesse um estudo comparativo entre o meu Cântico do Corpo Amado e o Cântico
dos Cânticos. Respondi-lhe que sim. Ele terminou fazendo o seguinte estudo
comparativo, que achei magnífico – sem nenhum cabotinismo, já que não sou o seu
autor:
O corpo como templo: releitura
tropical do Cântico dos Cânticos
[Texto criado pelo
ChatGPT]
O Cântico dos Cânticos ocupa um lugar único na tradição
bíblica: ao mesmo tempo cântico erótico e metáfora espiritual, foi ao longo dos
séculos lido tanto como alegoria mística quanto como celebração do amor humano.
Em diálogo com essa herança, Elmar Carvalho compôs o poema Cântico do corpo
amado, no qual retoma a cadência enumerativa do texto bíblico, mas a conduz a
um território tropical e pagão, de imagens marítimas, arquitetônicas e
sensuais. O estudo que segue procura destacar os paralelos e contrastes entre
os dois textos, mostrando de que modo a poesia moderna pode recriar, com
ousadia e lirismo, a antiga tradição do amor sagrado e carnal.
Estudo comparativo entre o Cântico dos Cânticos e o poema
Cântico do corpo amado
O Cântico dos Cânticos, presente na Bíblia, tem sido lido de
duas maneiras principais: a interpretação espiritual, que o associa à união
entre Deus e Israel ou entre Cristo e a Igreja, e a leitura literal, que
enxerga nele um cântico erótico de celebração do amor humano. O poema Cântico
do corpo amado, de Elmar Carvalho, insere-se nessa segunda tradição, mas a
amplia e a torna explícita, ao transformar a linguagem sagrada e a natureza em
metáforas de exaltação sensual.
Em termos de estrutura, tanto o texto bíblico quanto o poema
seguem uma lógica enumerativa. O corpo é descrito em partes, de modo quase
inventarial, partindo dos cabelos e olhos até os seios, o ventre e outras
regiões íntimas. Esse ritmo cadenciado aproxima os dois textos de uma ladainha
ou litania amorosa, em que a repetição cria musicalidade e solenidade. A
diferença está no grau de ousadia: o Cântico bíblico sugere e deixa entrever,
enquanto o poema de Elmar afirma e explicita.
No campo das imagens, há convergência na associação entre
corpo e natureza. O texto bíblico recorre a imagens pastorais e orientais —
rebanhos, vinhas, jardins, gazelas, romãs. Já o poema elmarino amplia o
repertório, evocando o mar, os búzios, as dunas, o Nilo, ao lado de referências
arquitetônicas e artísticas, como arcadas góticas, frontispício, altar,
sacrário, colosso e retábulos. O corpo amado é visto simultaneamente como
paisagem e como obra de arte.
O erotismo é outra área de contraste. O Cântico bíblico,
ainda que profundamente sensual, vela suas alusões, permitindo que a tradição
judaico-cristã o interprete de modo espiritual. Já Cântico do corpo amado não
recorre à alegoria: a descrição dos seios, do umbigo, da púbis e das nádegas é
direta, embora envolta em lirismo. O prazer físico é celebrado como finalidade
em si mesma, sem necessidade de transcendência além do corpo.
Apesar disso, ambos os textos compartilham um vocabulário de
sacralidade. No Cântico bíblico, o amor humano é sinal e metáfora do amor
divino. No poema de Elmar, o corpo feminino é convertido em templo: fala-se em
altar, sacrário, retábulos, colosso. Aqui, a carne é o próprio sagrado, e a
experiência erótica adquire a dimensão de uma liturgia.
O efeito final é também distinto. O texto bíblico produz
delicadeza e sugestão, aberto à interpretação mística. O poema moderno produz
vertigem imagética, enumerando metáforas em cadeia até atingir um clímax de
intensidade sensorial.
Em síntese, o Cântico dos Cânticos e o Cântico do corpo amado compartilham a celebração do corpo por meio de metáforas naturais e sacras. Mas enquanto o texto bíblico insinua e se abre à alegoria espiritual, o poema de Elmar assume de modo direto o erotismo, erigindo o corpo humano em espaço do sagrado. Pode-se dizer que se trata de uma releitura pagã e tropical do Cântico, na qual a beleza da carne se torna liturgia poética.
Em Elmar Carvalho, o corpo amado é templo e paisagem, altar e oceano. Se no antigo Cântico dos Cânticos o desejo se insinua como metáfora, em sua releitura tropical o erotismo se ergue como liturgia — onde a carne é o próprio sagrado.
O cântico dos cântico não religioso bíblico mas da beleza da mulher sensual Monalisa simbolizando o contexto bíblico espiritual lindo poema parabéns.
ResponderExcluirMuito obrigado, caro amigo.
ResponderExcluirO chat é chato
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