EGOCENTRISMO
Elmar Carvalho
Eu sou um homem,
diante do qual,
curvo como um
servo capacho,
eu tiro meu chapéu,
que nem sequer tenho.
Eu vendo minha
imagem refletida
no espelho não mágico
de meu quarto,
curvo-me a mim mesmo,
como um eunuco do harém
perante o sultão.
E aquela imagem,
curva ante mim,
é minha maior homenagem
que me presto.
Eu me aproximo
do espelho,
até que minha imagem
egocêntrica
seja projetada no infinito.

Muito oportuno o seu texto, agora neste ultimo domingo do tempo comum na liturgia da igreja católica, quando então a partir dos próximos dias nos prepararemos para o Natal de Jesus. Que nestes dias, nos aproximemos do espelho para nele ver refletida uma imagem fraterna e solidária.
ResponderExcluirMestre Carlos Evandro, fiquei muito contente com o seu comentário, até porque esse poema foi elaborado em 1977 ou 78, quando eu era apenas um rapaz piauiense de 21 ou 22 anos. Nunca fui egocêntrico e muito menos narcisista. Foi apenas uma blague poética e uma espécie de autogozação.
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