sexta-feira, 2 de agosto de 2013

EU VI...


Na cadeira, o patriarca Nestor Rios, em seu centenário. Em pé: Batista Rios, ladeado por Eduarda (filha), Vera Lúcia (esposa), e os seus filhos Batista Filho e Saulus

EU VI...

João  Batista Rios (*)

Convidado pelos meus filhos, Batista Filho e Saulus Rios, fomos juntos ao Rio participar da JMJ.
Foram sete dias de muita adrenalina. Jovens de quase duzentos países chegaram ali para um encontro pessoal com o Papa Francisco.
Mas, afinal, o que vi por lá?
Sim, eu vi. Eu vi jovens com seus idiomas e dialetos se miscigenando e facilmente se comunicando, eis aí o grande milagre.
Eu vi o abraço de duas jovens (fui às lágrimas) do Irã e dos Estados Unidos com suas bandeiras, nada preocupadas com a rejeição diplomática que seus países fazem entre si.
Eu vi a juventude mundial sob um clima de treze graus ao lado do Arco da Lapa e sob chuva pulando e cantando louvores a Deus sob a batuta da bonita voz da religiosa Irmã Kely.
Eu vi muitos jovens pernoitarem na areia fria da Praia da Copacabana como forma de terem um lugar que melhor chegasse ao altar da Santa Missa.
Eu vi aquele lugar de lazer e entretenimento conhecido com a praia mais sensual do mundo transformar-se em praia de oração, fé e altar.
Eu vi o frenesi de três milhões e setecentos mil jovens nas longas caminhadas pelas ruas, avenidas e túneis, citando palavras de ordem, como: “Nós somos, a juventude do Papa” e “Viva Cristo”.
Eu vi uma senhora carioca chegar junto com alguns amigos na manhã da Santa Missa do Envio celebrada pelo Papa Francisco, cheia de felicidade, distribuir copos de Nescau quentinho aos peregrinos que dormiram dentro dos seus sacões em Copacabana.
Eu vi a reedição de um novo Pentecostes no Rio de Janeiro, onde igualmente jovens de diferentes línguas se confraternizavam sob a ação da linguagem do sorriso, do amor, do gesto, do respeito, do olhar, da fé.
Eu vi jovens chineses rasgando as ruas do Rio com suas grandes bandeiras exteriorizando toda sua fé, sua alegria, seu direito de ser livre e de ir e vir de filhos de Deus, atitudes que se lhe são coibidas em seu pais. (Chorei aqui também)
Eu vi um jovem esloveno desprender-se de seu casaco de frio e fazê-lo pousar sob um mendigo que deitado sob um banco do ponto de ônibus na Urca se protegia do frio sereno.
Eu vi uma plêiade de jovens argentinos de joelhos, no alto do Corcovado, aos pés de Cristo Redentor, orarem para o seu patrício Papa Francisco.
Eu vi a cidade do Rio de Janeiro parar para assistir a uma invasão de jovens dos quadrantes do mundo jamais vista que pra lá foram pregar a paz e a esperança para um mundo mais comprometido com a lição do evangelho de Jesus Cristo.
Eu vi a juventude esperançosa pelo futuro da Igreja Católica enrustido nos carismas franciscano e inaciano do Papa Francisco.
Eu vi, e o mundo inteiro ouviu, o Papa dizer: “Cristo bota fé nos jovens e que o futuro do mundo passa pela janela da juventude”.
Eu vi, finalmente, muitos jovens declararem que a extensão da JMJ do Rio será em Cracóvia, na Polônia, e para lá que vamos.
E eu também quero ir. Agora envolto pela mística e estro jovens, sobretudo dos meus filhos, que não os deixei me convidar. Eu os convidei. 

(*) O autor é juiz de Direito aposentado e católico fervoroso.

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