Na cadeira, o patriarca
Nestor Rios, em seu centenário. Em pé: Batista Rios, ladeado
por Eduarda (filha), Vera Lúcia (esposa), e os seus filhos
Batista Filho e Saulus
|
EU
VI...
João Batista Rios (*)
Convidado
pelos meus filhos, Batista Filho e Saulus Rios, fomos juntos ao Rio
participar da JMJ.
Foram
sete dias de muita adrenalina. Jovens de quase duzentos países
chegaram ali para um encontro pessoal com o Papa Francisco.
Mas,
afinal, o que vi por lá?
Sim,
eu vi. Eu vi jovens com seus idiomas e dialetos se miscigenando e
facilmente se comunicando, eis aí o grande milagre.
Eu
vi o abraço de duas jovens (fui às lágrimas) do Irã e dos Estados
Unidos com suas bandeiras, nada preocupadas com a rejeição
diplomática que seus países fazem entre si.
Eu
vi a juventude mundial sob um clima de treze graus ao lado do Arco da
Lapa e sob chuva pulando e cantando louvores a Deus sob a batuta da
bonita voz da religiosa Irmã Kely.
Eu
vi muitos jovens pernoitarem na areia fria da Praia da Copacabana
como forma de terem um lugar que melhor chegasse ao altar da Santa
Missa.
Eu
vi aquele lugar de lazer e entretenimento conhecido com a praia mais
sensual do mundo transformar-se em praia de oração, fé e altar.
Eu
vi o frenesi de três milhões e setecentos mil jovens nas longas
caminhadas pelas ruas, avenidas e túneis, citando palavras de ordem,
como: “Nós somos, a juventude do Papa” e “Viva Cristo”.
Eu
vi uma senhora carioca chegar junto com alguns amigos na manhã da
Santa Missa do Envio celebrada pelo Papa Francisco, cheia de
felicidade, distribuir copos de Nescau quentinho aos peregrinos que
dormiram dentro dos seus sacões em Copacabana.
Eu
vi a reedição de um novo Pentecostes no Rio de Janeiro, onde
igualmente jovens de diferentes línguas se confraternizavam sob a
ação da linguagem do sorriso, do amor, do gesto, do respeito, do
olhar, da fé.
Eu
vi jovens chineses rasgando as ruas do Rio com suas grandes bandeiras
exteriorizando toda sua fé, sua alegria, seu direito de ser livre e
de ir e vir de filhos de Deus, atitudes que se lhe são coibidas em
seu pais. (Chorei aqui também)
Eu
vi um jovem esloveno desprender-se de seu casaco de frio e fazê-lo
pousar sob um mendigo que deitado sob um banco do ponto de ônibus na
Urca se protegia do frio sereno.
Eu
vi uma plêiade de jovens argentinos de joelhos, no alto do
Corcovado, aos pés de Cristo Redentor, orarem para o seu patrício
Papa Francisco.
Eu
vi a cidade do Rio de Janeiro parar para assistir a uma invasão de
jovens dos quadrantes do mundo jamais vista que pra lá foram pregar
a paz e a esperança para um mundo mais comprometido com a lição do
evangelho de Jesus Cristo.
Eu
vi a juventude esperançosa pelo futuro da Igreja Católica enrustido
nos carismas franciscano e inaciano do Papa Francisco.
Eu
vi, e o mundo inteiro ouviu, o Papa dizer: “Cristo bota fé nos
jovens e que o futuro do mundo passa pela janela da juventude”.
Eu
vi, finalmente, muitos jovens declararem que a extensão da JMJ do
Rio será em Cracóvia, na Polônia, e para lá que vamos.
E eu também quero ir. Agora
envolto pela mística e estro jovens, sobretudo dos meus filhos, que
não os deixei me convidar. Eu os convidei.
(*) O autor é juiz de Direito aposentado e católico fervoroso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário