quinta-feira, 9 de julho de 2015


DOIS POEMAS DE ÉDISON ROGÉRIO (*)

MEDO

A noite avança negra como o breu

A lamparina brilha longe, no alto do morro.

Meu pai diz: é o guabiru. Agarro-me a ele

Transido de medo peço socorro

Cinco anos de vida, criança assustada,

O coração tímido bate em disparada

Medo de quem não conhece a vida.

O sol levanta e a vida de sonhos continua

O tempo passa a vida segue cheia de realizações

Desilusões, relacionamentos vis e peito vazio.

Eis que inesperadamente surge o rocio

Como alvíssaras de um verdadeiro e puro amor

Mas corações cruentos açaimaram-no.

Ibá amedrontou-se. O medo das consequências pesou.

Kaolin partiu, a flor viçosa murchou, o medo venceu!

Toriba, adeus.


SEM ELA

Amanhece, o rouxinol cantando voa

ao encontro do dia e da companheira.

Vida leve, felicidade plena,

Alguém por quem lutar



Brisa que sopra na manhã de verão,

lindo sol iluminando tudo.

Contraste com o ocaso da vida

sem graça, sem cor, sem ela.



Processos, partes, direito a proteger,

Missão a cumprir. Pra quê?

Vento geral que sopra pro norte

Traz-ma! Devolve-me a vida.



Carolina das lindas cachoeiras,

Riachão dos poços azuis!

Beleza infinda, natureza sem par!

Alegria não vista, tristeza que corta,

ausência que mata.



Sem ela, vida sem viço, vazio no olhar.

(*) O autor é juiz de Direito e poeta bissexto (mas bom).   

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