DOIS POEMAS DE ÉDISON ROGÉRIO (*)
MEDO
A noite avança negra como o breu
A lamparina brilha longe, no alto do morro.
Meu pai diz: é o guabiru. Agarro-me a ele
Transido de medo peço socorro
Cinco anos de vida, criança assustada,
O coração tímido bate em disparada
Medo de quem não conhece a vida.
O sol levanta e a vida de sonhos continua
O tempo passa a vida segue cheia de realizações
Desilusões, relacionamentos vis e peito vazio.
Eis que inesperadamente surge o rocio
Como alvíssaras de um verdadeiro e puro amor
Mas corações cruentos açaimaram-no.
Ibá amedrontou-se. O medo das consequências pesou.
Kaolin partiu, a flor viçosa murchou, o medo venceu!
Toriba, adeus.
SEM ELA
Amanhece, o rouxinol cantando voa
ao encontro do dia e da companheira.
Vida leve, felicidade plena,
Alguém por quem lutar
Brisa que sopra na manhã de verão,
lindo sol iluminando tudo.
Contraste com o ocaso da vida
sem graça, sem cor, sem ela.
Processos, partes, direito a proteger,
Missão a cumprir. Pra quê?
Vento geral que sopra pro norte
Traz-ma! Devolve-me a vida.
Carolina das lindas cachoeiras,
Riachão dos poços azuis!
Beleza infinda, natureza sem par!
Alegria não vista, tristeza que corta,
ausência que mata.
Sem ela, vida sem viço, vazio no olhar.
A noite avança negra como o breu
A lamparina brilha longe, no alto do morro.
Meu pai diz: é o guabiru. Agarro-me a ele
Transido de medo peço socorro
Cinco anos de vida, criança assustada,
O coração tímido bate em disparada
Medo de quem não conhece a vida.
O sol levanta e a vida de sonhos continua
O tempo passa a vida segue cheia de realizações
Desilusões, relacionamentos vis e peito vazio.
Eis que inesperadamente surge o rocio
Como alvíssaras de um verdadeiro e puro amor
Mas corações cruentos açaimaram-no.
Ibá amedrontou-se. O medo das consequências pesou.
Kaolin partiu, a flor viçosa murchou, o medo venceu!
Toriba, adeus.
SEM ELA
Amanhece, o rouxinol cantando voa
ao encontro do dia e da companheira.
Vida leve, felicidade plena,
Alguém por quem lutar
Brisa que sopra na manhã de verão,
lindo sol iluminando tudo.
Contraste com o ocaso da vida
sem graça, sem cor, sem ela.
Processos, partes, direito a proteger,
Missão a cumprir. Pra quê?
Vento geral que sopra pro norte
Traz-ma! Devolve-me a vida.
Carolina das lindas cachoeiras,
Riachão dos poços azuis!
Beleza infinda, natureza sem par!
Alegria não vista, tristeza que corta,
ausência que mata.
Sem ela, vida sem viço, vazio no olhar.
(*) O autor é juiz de
Direito e poeta bissexto (mas bom).
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